São Paulo, terça-feira, 17 de abril de 2001

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BASQUETE

Os especialistas

MELCHIADES FILHO
EDITOR DE ESPORTE

Os jornalistas que acompanham a NBA tinham até ontem para enviar os seus votos à direção da liga norte-americana. Com a abertura da fase dos mata-matas, neste fim de semana, começam a pipocar os prêmios individuais da temporada 00/01.
Ao contrário do campeonato, o mais enigmático da história moderna da NBA, não deve haver surpresas na entrega dos troféus oficiais.
Por isso, a fim de apimentar as especulações, alguns colegas inovaram. Ouviram os presidentes das 29 equipes, aquelas pessoas cujo ganha-pão é tomar decisões sobre o basquete.
A seguir as conclusões dessa enquete inédita e interessante.
Jogador que gostaria de contratar: O superpivô Shaquille O'Neal (LA Lakers), com 12 votos, bateu Tim Duncan (San Antonio), que teve sete.
Jogador com melhor desempenho perto da cesta: Duncan deu o troco em O"Neal e venceu, com oito citações.
Melhor arremessador: Com a técnica mais heterodoxa dos atiradores de longa distância, Reggie Miller (Indiana) levou a melhor, com seis votos.
Melhor jogador de defesa: Houve empate entre o gigante Dikembe Mutombo (Philadelphia) e o mercurial Gary Payton (Seattle), com dez citações.
Melhor jogador com até 21 anos: Tracy McGrady, cestinha do Orlando, com nove menções.
Melhor reserva: Cuttino Mobley, que aliás já virou titular do Houston há bastante tempo, venceu, com cinco lembranças.
Jogador mais subestimado: O faz-tudo Aaron McKey, silencioso escolta do craque Allen Iverson no Philadelphia, ganhou a categoria, com seis votos.
Jogador mais esforçado: Jason Kidd (Phoenix) e Kevin Garnett (Minnesota) dividiram, com quatro citações cada.
Jogador mais superestimado: Foi a pergunta que atordoou os cartolas. Entre os citados, até medalhões, como Scottie Pippen (Portland) e Mutombo. Mas a vitória apertada, com apenas três votos, coube a Juwan Howard (Dallas), cujo absurdo contrato de US$ 16,9 milhões anuais faz a NBA arrepiar.
Jogador mais esperto: Aos 39 anos, John Stockton (Utah) foi o único a aparecer em mais de 50% das cédulas. Emplacou 16.
Jogador a quem entregaria a bola crucial nos últimos segundos de uma partida decisiva: O prêmio que talvez melhor defina a excelência individual ficou com Kobe Bryant (LA Lakers), com sete defensores.

A eleição dos dirigentes consagrou a versatilidade de Duncan -o ala-pivô foi lembrado em seis quesitos, contra cinco de Bryant e quatro de Garnett e Kidd. Mas as categorias mais importantes, a primeira e a última dessa lista de 11, curvaram-se a talentos do LA Lakers, o atual campeão, que chega embaladíssimo à segunda fase.

Com a exceção de Payton e Mobley, todos os outros 12 atletas citados participarão dos playoffs, a partir deste sábado.
Semanalmente, pelo menos quatro partidas serão transmitidas para o Brasil pela TV paga: domingos e segundas, na PSN, e demais dias (sem grade fixa), na ESPN International. Divirta-se.

Abaixo, a primeira parte da minha cédula na eleição oficial.

O melhor jogador
Voto em Allen Iverson, que lidera a NBA em pontos (31,1), desarmes (2,5) e minutos (42,1). Sem ele, o Philadelphia, primeiro a se garantir nos mata-matas, penaria para fugir da lanterna.

Quem mais evoluiu
Apóio o croata Predrag Stojakovic. Apagado reserva em 2000, o ala ambidestro ganhou a posição no Sacramento e, com 20,4 pontos por jogo, tornou-se referência no melhor ataque da liga.

O melhor técnico
Larry Brown acertou o Philadelphia, e George Irvine ressuscitou o LA Clippers. Mas Flip Saunders merece mais. Pelo terceiro ano seguido, perdeu dois titulares: Malik Sealy morreu em acidente de trânsito, e Joe Smith assinou contrato ilegal. Este caso, aliás, gerou a suspensão da diretoria do Minnesota. O técnico tocou a administração da equipe -e levou-a aos playoffs.

E-mail: melk@uol.com.br



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