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FUTEBOL
Ministério Público se antecipa à CPI da Câmara e decide apurar os negócios da CBF e da empresa do ex-ministro
Procuradoria já investiga Pelé e Teixeira
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DO PAINEL FC
A Procuradoria da República do
Rio de Janeiro solicitou informações à CPI da CBF/Nike sobre seis
empréstimos feitos no exterior
pela entidade que comanda o futebol no Brasil. A suspeita é de
evasão de divisas.
O órgão também pediu ajuda da
comissão, instalada na Câmara,
para investigar a empresa Pelé
Sports & Marketing, do ex-jogador e ex-ministro Pelé e do empresário Hélio Vianna. Ela é suspeita de sonegação de impostos.
Com os pedidos de informação,
que abrem as investigações do
Ministério Público no caso, a Procuradoria se antecipa à CPI.
Ao final de seus trabalhos, daqui
a 45 dias, a comissão solicitaria a
apuração do Ministério Público
nos dois casos, pois alguns deputados estão convencidos de que
ocorreram irregularidades nos
empréstimos e nos negócios da
Pelé Sports & Marketing.
A Procuradoria da República
pode, após a analisar as informações, dar três encaminhamentos
para os casos: abrir um inquérito,
o que aprofundaria as investigações, arquivá-los ou denunciá-los
à Justiça Federal.
Segundo a CPI, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol)
contraiu pelo menos seis empréstimos no exterior, com o Delta
Bank (EUA), pelos quais teria pago só de juros US$ 10 milhões.
O valor é considerado alto pela
comissão, que suspeita de irregularidades no negócio.
O empréstimo que mais chama
a atenção dos deputados foi tomado em 27 de outubro de 1998,
no valor de US$ 7 milhões, com
vencimento em janeiro de 1999
(veja quadro nesta página).
A Procuradoria do Rio também
vai pedir informações ao BC
(Banco Central) e à Receita Federal sobre os empréstimos, que totalizaram, de acordo com a CPI,
US$ 30 milhões.
Em requerimento enviado à
CPI, a Procuradoria pediu todos
os dados relativos às quebras de
sigilo da CBF e de seu presidente,
Ricardo Teixeira, que prestou depoimento à comissão na última
terça-feira. No caso da empresa
Pelé Sports & Marketing, o órgão
solicitou também informações
sobre Vianna e Pelé.
Os sigilos bancário e fiscal da
CBF e de Teixeira foram quebrados no final do ano passado. O sigilo da Pelé Sports & Marketing
foi quebrado na semana passada,
assim como o de Vianna.
Já Pelé não teve os sigilos quebrados pela CPI.
A comissão da Câmara investiga uma suposta sonegação de impostas da empresa no ano de
1998. Vianna depôs dia 3 último.
A Folha ligou ontem para o escritório do empresário Hélio Viana, no Rio, mas ele não respondeu
ao pedido de entrevista.
O presidente da CBF, Ricardo
Teixeira, também não foi localizado ontem à tarde.
Em seus depoimentos à comissão, Teixeira e Vianna negaram
irregularidades nos negócios.
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