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FUTEBOL
Últimas edições do Estadual invertem tendência dos anos 90 e elegem juízes sem nome internacional para as finais
Paulista "encolhe" também na arbitragem
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Poucas datas para disputa, regulamento esdrúxulo, fracasso de
público. Se o Campeonato Paulista, por tudo isso, já não tem mais
o mesmo glamour de antes, agora
é a vez de a arbitragem apequenar
o Estadual que já foi intitulado como o melhor do país.
Depois de demonstrar por quase uma década grande preocupação com o nível do apito, principalmente em jogos decisivos, o
Estadual já não tem esse perfil.
Apesar de São Paulo ser o Estado com o maior número de árbitros brasileiros indicados para os
quadros da Fifa (três: Edilson Pereira de Carvalho, Silvia Regina de
Oliveira e Paulo César de Oliveira), pelo segundo ano consecutivo as finais do Paulista não terão a
participação deles.
As oito edições do Estadual anteriores a 2003 sempre tiveram
em suas decisões juízes de gabarito internacional.
Até o ano retrasado, em todas as
edições que contaram com a participação dos principais clubes do
Estado -em 2002 o campeonato
foi disputado apenas pelos pequenos- os árbitros das finais sempre tinham rodagem internacional. A Federação Paulista de Futebol chegou até a convidar, e a bancar, juízes estrangeiros.
Houve ano em que tanto brasileiros da Fifa como árbitros estrangeiros comandaram os jogos.
Foi o caso da decisão de 1998.
Naquele ano, o primeiro jogo da
final ficou a cargo de Sidrack Marinho -o "juiz da moda" na época- e do inglês David Elleray.
Na década de 90, até mesmo em
anos em que a competição não teve uma final no sistema mata-mata a FPF importou árbitros para o
jogo decisivo. Foi o caso de 1996,
em que o colombiano Oscar Ruiz
apitou Palmeiras x Santos, e 1997,
quando o húngaro Sandor Puhl,
juiz da final da Copa-94, comandou Corinthians x São Paulo.
No ano passado, no Paulista
mais curto da história, Sálvio Spínola Fagundes Filho e Cleber
Wellington Abade foram os nomeados para arbitrar os dois jogos entre São Paulo e Corinthians.
Ambos não faziam (e ainda não
fazem) parte dos quadros da Fifa.
A final da edição de 2004, marcada pela ausência dos clubes
grandes após 14 anos, novamente
não terá um juiz Fifa no comando. A primeira partida entre Paulista e São Caetano foi apitada por
Wilson Luiz Seneme, que começou a aparecer em jogos da elite
somente em 2002.
Já o confronto de amanhã terá
Sálvio Spínola pela segunda vez
consecutiva numa decisão.
Ambos foram designados por
sorteio, conforme exigência do
Estatuto do Torcedor, em que
concorreram com juízes Fifa
-Edílson Pereira estava na disputa com Seneme, e o nome de
Paulo César de Oliveira, que atuara nas finais de 1999, 2000 e 2001,
foi para o sorteio com Spínola.
Mas a FPF poderia ter limitado a
"sorte", caso emparelhasse os
dois juízes internacionais.
"Escolhemos os quatro melhores juízes do Paulista para concorrerem às finais. Como julgamos
que todos tinham condições de
atuar em jogos decisivos, optamos por separar o Edilson e o
Paulo César, que acabaram perdendo o sorteio", explica José Manoel Evaristo, vice-diretor da escola de arbitragem da entidade.
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