São Paulo, domingo, 17 de abril de 2005

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ATLETISMO

Campeão de 2004 descarta pódio e usa prova como teste para evento na Itália, onde tentará índice para Mundial

Tática, Maratona de SP "despreza" tempo

DA REPORTAGEM LOCAL

O defensor do título está tão bem preparado que nem vai completar a Maratona de São Paulo-2005, cuja largada será às 9h.
Por mais paradoxal que pareça, a explicação de Henrique Viana, técnico do campeão de 2004, Franck Caldeira, faz sentido.
No ano passado, o fundista largou como "coelho" (atleta que dita o ritmo no início da prova), mas, como estava se sentindo bem após a metade do percurso, decidiu completar os 42,195 km.
A vitória, em sua primeira maratona, lhe rendeu R$ 15 mil, um carro e enorme projeção, já que a prova é transmitida ao vivo pela principal emissora de TV do país.
"Vencer em São Paulo é excelente para o currículo, mas é uma prova que prioriza a classificação, não o tempo", afirmou Viana.
E é justamente o tempo o que o corredor busca agora. Caldeira já possui o índice para o Mundial de Helsinque (duas horas e 18 minutos), em agosto, mas não está entre os cinco primeiros do ranking brasileiro que garantem vaga.
"Ele vai usar a prova neste ano como treino, correr até o quilômetro 24 e parar", afirma Viana.
Caldeira pretende entrar entre os cinco melhores na Maratona de Padova (ITA), no próximo domingo. O próprio diretor técnico da Maratona de São Paulo, Manuel Garcia Arroyo, afirma que a prova é mais tática do que técnica.
"As desvantagens daqui em relação a outras provas mais rápidas começa na altitude", diz Arroyo. "O ideal seria o nível do mar, mas São Paulo está a 800 metros."
Os atletas também apontam a topografia do percurso (muitos aclives e declives) e a temperatura (muito alta) como fatores que impedem grandes marcas na cidade.
Por todos esses fatores, mesmo atletas que ainda não conseguiram a projeção de Caldeira sabem que o momento agora é de pensar em colocação, e não em tempo.
Marily dos Santos, sétima em 2004, afirma que o objetivo é chegar entre as cinco primeiras e ir ao pódio. "Quero estar ali na festa."
Já que o índice técnico não é o forte da prova de hoje, a organização do evento procura incentivar a disputa por colocações.
Hoje as mulheres largaram 23 minutos antes dos homens.
A previsão é que os líderes das duas categorias cheguem ao final praticamente juntos, mas isso não parece animar os competidores.
"Se estiver na frente, vou me preocupar com as mulheres", afirmou Márcia Narloch, bicampeã da prova (1999 e 2000).


NA TV - Globo, ao vivo, a partir das 9h

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