São Paulo, domingo, 17 de abril de 2005

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TAEKWONDO

Após ouro de Natália Falavigna, país tenta hoje subir de novo ao pódio, com Diogo Silva

Wenceslau dá prata ao Brasil no Mundial

DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil conquistou ontem sua segunda medalha no Mundial de taekwondo que está sendo disputado em Madri (Espanha).
Após o ouro obtido na quinta-feira por Natália Falavigna na categoria até 72 kg, o pódio desta vez saiu no masculino. Márcio Wenceslau obteve a prata entre os lutadores que pesam até 62 kg.
Na luta decisiva, Wenceslau perdeu para o sul-coreano Kim Jae-sik pelo placar de 5 a 3. A Coréia do Sul é a principal potência mundial no taekwondo.
Para alcançar a final, o brasileiro teve que superar cinco adversários: Achmed Boumrah, da Bélgica (8 a 6), Serik Isslam, do Cazaquistão (3 a 2), Gerrie Permadi, da Indonésia (9 a 3), Lin Yi Jui, de Taiwan (9 a 8, nas quartas-de-final) e Llan Goldshmidt, de Israel (8 a 6, na semifinal).
Antes da medalha de Wenceslau, o Brasil havia conquistado três pratas em Mundiais da modalidade, com Alysson Yamaguti, Milton Iyama e Leonildes Santos.
O ouro de Natália Falavigna, que já havia sido bronze na edição de 2003, na Coréia do Sul, foi o primeiro do país, que também já subira ao degrau menos nobre do pódio com dois atletas: Lucélio Aurélio e Jorge Gonçalves.
Wenceslau vem de uma família adepta ao taekwondo. Seu pai foi praticante e o introduziu no esporte, juntamente com seus três irmãos. Marcel, um desses irmãos, defendeu o Brasil na Olimpíada de Atenas, em 2004.
Márcio e Marcel foram por vários anos rivais, pois competiam na mesma categoria de peso: até 58 kg. Rivais nas seletivas, cada um se classificou para um Pan-Americano. Márcio para o de Winnipeg-99, no Canadá, e Marcel para o de Santo Domingo-03, na República Dominicana.
Arte marcial de origem sul-coreana, o tae (pés) kwon (mãos) do (caminho) desembarcou no Brasil apenas em 1970. O primeiro Mundial da modalidade aconteceu três anos depois, mas o Brasil só fez sua estréia em Chicago-77.
Em Olimpíadas, a modalidade apareceu como esporte de demonstração "em casa", nos Jogos de Seul-88. Somente em Sydney-00 o taekwondo adquiriu o status de esporte olímpico.
Até Atenas-04, os sul-coreanos detiveram a hegemonia olímpica. Na Grécia, apesar de os quatro representantes do país terem conseguido medalhas (dois ouros e dois bronzes), o local de origem da luta foi desbancado por Taiwan, dono de dois ouros e uma prata.
Disputado a cada dois anos, o Mundial só passou a ter a presença constante do Brasil há 20 anos, a partir de 1985. A edição realizada em Madri é a 17ª para os homens e a 10ª para as mulheres.
Hoje, dia final de combates na capital espanhola, os brasileiros têm esperança de arrematar mais uma medalha, com Diogo Silva, competidor que, a exemplo de Natália Falavigna, ficou na quarta colocação nos Jogos gregos.
Diogo chamou a atenção por, após lutar em Atenas, ter erguido uma luva preta -repetindo o gesto de americanos que homenagearam os Panteras Negras na Olimpíada de 1968, no México.

Texto Anterior: Atletismo: Tática, Maratona de SP "despreza" tempo
Próximo Texto: Vôlei: Zé Roberto está perto de voltar ao masculino
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.