São Paulo, sábado, 17 de abril de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Defesa de ex-diretor da Lusa deve incriminar vice-presidente

MARCELO DAMATO
da Reportagem Local

Gravações de conversas entre o vice-presidente de futebol da Lusa, Ilídio Lico, e o seu ex-subordinado Camões Salazar devem envolver ainda mais o comandante do departamento de futebol no escândalo que atinge o clube.
Um inquérito policial investiga diretores da Lusa, que são suspeitos de realizar duas fraudes, uma dentro da outra: a criação de um esquema de suborno na partida contra a Portuguesa Santista pelo Paulista de 1998 e o desvio do dinheiro (R$ 130 mil) que seria usado no esquema por alguns diretores, sem a ciência dos demais.
Segundo o delegado Arlindo José Negrão Vaz, um dos advogados de Salazar, Leônidas Ribeiro Scholz, lhe afirmou que seu cliente vai levar provas de sua inocência e do envolvimento de outros dirigentes em irregularidades. Entre as provas estão essas fitas.
O depoimento de Salazar, que deverá acontecer na próxima semana, será o mais importante do inquérito.
Até agora, todos os depoimentos apontam Salazar o autor do desvio de R$ 130 mil dos cofres do clube. O empresário de futebol Toninho Silva confessou que recebeu o dinheiro indevidamente, mas afirma que o devolveu a Salazar, que nega as acusações.
Apesar das evidências reveladas pela Folha, como o contrato da Lusa com o então goleiro da Santista, Nasser, e a senha que este fez antes do jogo a pedido de Silva, por intermédio do técnico Orlando Pereira, os dirigentes da Lusa negam a trama do suborno.
O presidente da Federação Paulista, Eduardo José Farah, prometeu, se for confirmada a trama, eliminar os envolvidos do futebol.
A Folha tentou localizar Salazar e Lico, mas não conseguiu. Deixou recado no escritório de Scholz, que não ligou de volta até o fechamento desta edição.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.