Contra o Gama, time debuta fora de casa no Nacional, em ambiente estranho a uma equipe de elite

Mano Menezes prega que postura como visitante no DF tem que ser a mesma que o time mostra quando se apresenta ante sua torcida

LUÍS FERRARI
PAULO GALDIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de estrear na segunda divisão no Pacaembu recém-reformado, com gramado novo e em clima de final de campeonato, hoje o Corinthians será apresentado à Série B real.
A equipe faz sua primeira partida como visitante, contra o Gama, às 16h, em Taguatinga, no estádio Boca do Jacaré.
E, tanto o adversário quanto o palco da partida parecem corresponder às expectativas do que o senso comum espera de uma segunda divisão.
O Gama está afastado da elite nacional desde 2002. Chegou a freqüentar até a Série C, em 2003, e desde que voltou à B, no ano seguinte, nunca foi capaz de ser protagonista -na temporada passada, terminou numa modesta 12ª colocação.
O time também não é dos que mais entusiasmam seus torcedores. No Campeonato Brasiliense, em que terminou em quarto lugar, a média de público de seus jogos como mandante foi de 765 pessoas. Em sete jogos, o clube alviverde motivou apenas 5.569 torcedores a ir aos estádios para vê-lo atuar.
Já com relação ao palco do confronto com o Corinthians, o Gama preferia receber a vedete da Série B no Mané Garrincha, sua casa, a ter de mandar o duelo no campo de seu principal adversário local -a Boca do Jacaré é onde o Brasiliense manda suas partidas.
No entanto a equipe foi obrigada a jogar lá porque seu campo não recebeu aval da CBF. A entidade vetou o Mané Garrincha alegando não ter recebido o laudo técnico com a liberação do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal para realizar jogos no estádio -além dele, apenas o Anacleto Campanella, onde joga o São Caetano, não foi liberado pela CBF para receber confrontos da Série B.
A Boca do Jacaré, apesar de liberada, também não está entre as arenas mais modernas do país. O estádio ainda tem arquibancadas em concreto e um gramado irregular.
Entretanto, para o Corinthians, traz boas lembranças. Foi lá que o clube do Parque São Jorge venceu pela segunda vez a Copa do Brasil, em 2002.
O técnico Mano Menezes, que, desde que chegou ao clube, enfatiza as diferenças entre se disputar a primeira e a segunda divisão, prega que seus jogadores encarem a partida como outra qualquer, em vez de entrarem em campo intimidados.
"A preparação tem que ser a mesma em relação a todos os jogos. É preciso conviver com ambiente mais contrário também e saber produzir o futebol que é necessário para aquele resultado que nós buscamos", afirma Mano.