São Paulo, Segunda-feira, 17 de Maio de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Brasileiro chega a Roland Garros como favorito

da Reportagem Local

O brasileiro Gustavo Kuerten é ""o tenista a ser batido no Aberto da França", que começa na segunda-feira. Essa é a opinião do australiano Patrick Rafter, que foi derrotado por Kuerten ontem na final do Aberto de Roma.
""Eu não digo que ele vá vencer, mas ele é o jogador em melhor forma no momento", acrescentou o australiano, que acrescentou que o brasileiro foi ""bom demais" para ele na partida de ontem.
O favoritismo de Kuerten é respaldado pelas vitórias nos torneios Super 9 de Montecarlo (no fim de abril) e de Roma, que são disputados em quadras de saibro, a exemplo de Roland Garros.
O Aberto da França deste ano é importante para Kuerten por vários motivos.
Foi lá que, há dois anos, ele entrou para a elite do tênis internacional ao vencer a competição de forma surpreendente e dramática, tendo disputado vários jogos em cinco sets e conseguindo vitórias sobre os três campeões anteriores do torneio, o russo Yevgeny Kafelnikov, vencedor em 1996, o austríaco Thomas Muster (1995) e o espanhol Sergi Brugera (1993 e 1994). Chegou à França como 66º do mundo. Saiu como 14º.
No ano seguinte, sob a pressão de defender os pontos, Kuerten foi derrotado na segunda rodada pelo russo Marat Safin.
Por isso, desta vez, o brasileiro tem grande chance de somar pontos e subir no ranking mundial.
Se vencer, Kuerten não só se consagra como o melhor jogador de saibro da atualidade, posto que num passado recente já foi do austríaco Thomas Muster, hoje em decadência, como praticamente garante um lugar na Copa do Mundo (que reúne apenas os oito melhores do ano), no final do ano, em Hannover, na Alemanha.
Nesse caso, ele aumentaria ainda mais sua vantagem como o jogador que acumulou mais pontos e dinheiro em todo o circuito internacional, neste ano.
Kuerten chega a Paris com um retrospecto muito favorável a ele. Neste ano, derrotou duas vezes Carlos Moyá, terceiro do mundo, e duas Alex Corretja, sétimo, os espanhóis que fizeram a final do Aberto francês e da Copa do Mundo no ano passado.
Kuerten citou Moyá e mais os espanhóis Albert Costa e Félix Mantilla e o chileno Marcelo Ríos, todos especialistas em saibro, como os rivais a quem gostaria de evitar antes da final (leia texto ao lado).
Com a campanha em Roma, Kuerten garantiu a condição de cabeça-de-chave em Roland Garros. Isso porque ele chegou à Itália como 14º do mundo (são 16 os cabeças-de-chave na França), mas defendia 186 pontos conquistados por ter chegado à semifinal do ano passado.
"Não vou chegar achando que sou favorito. Vou sem expectativas", disse Kuerten, ao comentar sua condição no Aberto da França.
Ele e seu técnico Larri Passos viajam hoje para Paris, onde o tenista deve descansar um ou dois dias antes de iniciar a preparação para a estréia. Os cabeças-de-chave serão anunciados até quarta-feira.


Texto Anterior: 'Mereço ser um dos dez'
Próximo Texto: José Geraldo Couto: Querem poluir a camisa da "Azzurra"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.