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Com média de 23,8 anos, seleção é a caçula da Copa das Confederações,
mas mais da metade dos atletas já atuou nas categorias de base do time
Brasil mais jovem aposta que "bagagem" compensa
PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PARIS
Eles formam a mais jovem das
oito seleções que disputarão a Copa das Confederações, na França,
mas têm muita história para contar com a camisa do Brasil.
O grupo convocado por Carlos
Alberto Parreira para o certame,
que começa amanhã, tem mais da
metade de seus integrantes com
passagens pelas seleções sub-15,
sub-17, sub-20 e sub-23 do país.
Dos 23 nomes da lista, 14 atuaram em Mundiais ou em Sul-Americanos de categorias de base
ou disputaram uma Olimpíada.
Assim, esperam superar nos gramados franceses a falta de quilometragem na carreira.
O elenco brasileiro na Copa das
Confederações tem média de 23,8
anos de idade -no Mundial da
Ásia, em 2002, o grupo campeão
tinha 26,5. Quem chega mais perto disso é Camarões (23,9), adversário da estréia do Brasil, na próxima quinta-feira, às 16h.
Outras equipes são bem mais
experientes. Atual campeã da
competição, a seleção francesa,
por exemplo, ostenta um grupo
com média de 26,4 anos.
Os donos da casa contam com
cinco atletas que têm mais de 30
anos -no Brasil não há nenhum.
Para Parreira, a experiência nas
categorias de base é vital.
"Isso é importantíssimo. Beckenbauer, Maradona e Falcão, entre outros grandes jogadores, passaram por seleções de base. Quem
que veste a camisa da sua seleção
desde cedo não estranha quando
chega ao primeiro time", declara
o treinador brasileiro.
"Esse tipo de jogador já sabe como é o ambiente, conhece a CBF e
o método de trabalho", afirma o
técnico, que tem suas palavras
atestadas pelos comandados.
"Estou acostumado a jogar na
seleção desde pequeno, e isso me
ajuda muito", diz o zagueiro Juan,
que jogou o Mundial sub-20 realizado na Nigéria, em 1999.
Quem não teve a mesma chance
lamenta. "Gostaria de ter jogado
para ter uma base melhor agora",
afirma o lateral Kléber, que estreou pelo país no amistoso da semana passada contra a Nigéria.
Se frequentasse a seleção desde
garoto, Kléber logo poderia estar
seguindo a trajetória do goleiro
Dida, que hoje, aos 28 anos, é o
mais velho do grupo de Parreira.
"Isso [ser o mais experiente]
não muda nada. Não importa a
idade quando você está na seleção
brasileira", diz o jogador do Milan, que acaba de completar dez
anos de seu primeiro título Mundial pelo Brasil -em 1993, ganhou o sub-20, na Austrália.
Para o jogo de estréia na Copa
das Confederações, Parreira vai
escalar seis jogadores com, no
máximo, 25 anos de idade.
A única dúvida do treinador está no ataque. Luis Fabiano, 22, faz
um teste decisivo hoje, depois de
ser poupado dos treinos no fim de
semana. Se aguentar o coletivo,
estará escalado. Caso contrário,
quem começará contra Camarões
é Adriano, um ano mais novo.
Ontem o Brasil treinou no Stade
de France, palco da derrota para a
França, por 3 a 0, na final da Copa-98. Foi a primeira vez que a seleção voltou ao local, no futebol
usado quase que exclusivamente
pelo time nacional francês
-abriga também partidas de
rúgbi e shows musicais.
Parreira tirou fotos do estádio.
Então treinador brasileiro e hoje
coordenador técnico, Zagallo
projetou uma revanche na final
da Copa das Confederações. "Vai
ser bom jogar com eles de novo."
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