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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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Com média de 23,8 anos, seleção é a caçula da Copa das Confederações, mas mais da metade dos atletas já atuou nas categorias de base do time

Brasil mais jovem aposta que "bagagem" compensa

PAULO COBOS
ENVIADO ESPECIAL A PARIS

Eles formam a mais jovem das oito seleções que disputarão a Copa das Confederações, na França, mas têm muita história para contar com a camisa do Brasil.
O grupo convocado por Carlos Alberto Parreira para o certame, que começa amanhã, tem mais da metade de seus integrantes com passagens pelas seleções sub-15, sub-17, sub-20 e sub-23 do país.
Dos 23 nomes da lista, 14 atuaram em Mundiais ou em Sul-Americanos de categorias de base ou disputaram uma Olimpíada. Assim, esperam superar nos gramados franceses a falta de quilometragem na carreira.
O elenco brasileiro na Copa das Confederações tem média de 23,8 anos de idade -no Mundial da Ásia, em 2002, o grupo campeão tinha 26,5. Quem chega mais perto disso é Camarões (23,9), adversário da estréia do Brasil, na próxima quinta-feira, às 16h.
Outras equipes são bem mais experientes. Atual campeã da competição, a seleção francesa, por exemplo, ostenta um grupo com média de 26,4 anos.
Os donos da casa contam com cinco atletas que têm mais de 30 anos -no Brasil não há nenhum.
Para Parreira, a experiência nas categorias de base é vital.
"Isso é importantíssimo. Beckenbauer, Maradona e Falcão, entre outros grandes jogadores, passaram por seleções de base. Quem que veste a camisa da sua seleção desde cedo não estranha quando chega ao primeiro time", declara o treinador brasileiro.
"Esse tipo de jogador já sabe como é o ambiente, conhece a CBF e o método de trabalho", afirma o técnico, que tem suas palavras atestadas pelos comandados.
"Estou acostumado a jogar na seleção desde pequeno, e isso me ajuda muito", diz o zagueiro Juan, que jogou o Mundial sub-20 realizado na Nigéria, em 1999.
Quem não teve a mesma chance lamenta. "Gostaria de ter jogado para ter uma base melhor agora", afirma o lateral Kléber, que estreou pelo país no amistoso da semana passada contra a Nigéria.
Se frequentasse a seleção desde garoto, Kléber logo poderia estar seguindo a trajetória do goleiro Dida, que hoje, aos 28 anos, é o mais velho do grupo de Parreira.
"Isso [ser o mais experiente] não muda nada. Não importa a idade quando você está na seleção brasileira", diz o jogador do Milan, que acaba de completar dez anos de seu primeiro título Mundial pelo Brasil -em 1993, ganhou o sub-20, na Austrália.
Para o jogo de estréia na Copa das Confederações, Parreira vai escalar seis jogadores com, no máximo, 25 anos de idade.
A única dúvida do treinador está no ataque. Luis Fabiano, 22, faz um teste decisivo hoje, depois de ser poupado dos treinos no fim de semana. Se aguentar o coletivo, estará escalado. Caso contrário, quem começará contra Camarões é Adriano, um ano mais novo.
Ontem o Brasil treinou no Stade de France, palco da derrota para a França, por 3 a 0, na final da Copa-98. Foi a primeira vez que a seleção voltou ao local, no futebol usado quase que exclusivamente pelo time nacional francês -abriga também partidas de rúgbi e shows musicais.
Parreira tirou fotos do estádio. Então treinador brasileiro e hoje coordenador técnico, Zagallo projetou uma revanche na final da Copa das Confederações. "Vai ser bom jogar com eles de novo."


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