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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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FACA DE DOIS GUMES

Atleta, que lembra com detalhes sua estréia pelo país em 95, acumula problemas no PSG

Ronaldinho "esquece tudo" pela seleção

DO ENVIADO A PARIS

Ele transmite a impressão de ter passado mais tempo com a camisa da seleção brasileira do que com as do Grêmio e do Paris Saint-Germain, os únicos dois clubes que já defendeu.
Mas, ao se olhar sua carreira com uma lupa, a razão para essa "falsa" impressão aparece.
Aos 23 anos, o meia-atacante Ronaldinho acumula mais de oito anos de serviços prestados aos times administrados pela CBF, onde não repete os problemas disciplinares (atrasos e desentendimentos com o treinador) que aconteceram com ele nos clubes, especialmente no PSG.
Nada escapou de Ronaldinho com a camisa amarela. Ele jogou pelo time sub-15, em uma categoria que foi deixada de lado pela Fifa. Em 1997, foi campeão mundial sub-17. Dois anos depois, na Nigéria, caiu nas quartas-de-final do Mundial sub-20.
Em 2000, esteve no fiasco olímpico de Sydney. Pela equipe principal, tem sido convocado desde 1999 e já acumula, como titular, a conquista de uma Copa América e uma Copa do Mundo.
Pela lembrança minuciosa descrita por ele próprio da primeira vez que vestiu a camisa amarela fica clara a forte ligação entre Ronaldinho e a seleção.
"Joguei a primeira vez pelo sub-15, em 1995, no dia 17 de março, no estádio de Wembley, contra a Inglaterra. Foi o começo de tudo. Empatamos em 1 a 1 e dei o passe para o gol", recorda, com um largo sorriso estampado no rosto. Naquele time jogava ainda o goleiro Júlio César, do Flamengo, que também está no grupo atual da equipe nacional.
Para o jogador, a experiência nas categorias de base lhe deu suporte necessário para o time principal. "Além disso, é um orgulho jogar pelo Brasil em qualquer time", afirma o jogador, que garante viver outro mundo quando serve a seleção.
"Agora não penso em nada que não seja a seleção. Todo o resto meu irmão [o ex-jogador Assis] cuida para mim", conta.
"Todo o resto" significa muito, atualmente. Tudo indica que Ronaldinho, depois de uma turbulenta transferência do Grêmio para o Paris Saint-Germain, deve deixar o clube francês, no qual tem se desentendido com o técnico Luis Fernandez. Manchester United e Barcelona seriam possíveis destinos. O que dificulta a transferência é a complicada divisão dos direitos sobre o atleta, divididos entre o clube francês e empresários.
Enquanto seu irmão negocia, o meia-atacante faz planos de ganhar um título inédito pela seleção. Em 1999, ele foi o artilheiro da Copa das Confederações, no México, mas o Brasil naufragou na final contra os anfitriões.
"Já participei da Copa das Confederações uma vez e não tive a felicidade de vencer. Agora quero disputar e ficar com o título", diz Ronaldinho. (PC)


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