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FACA DE DOIS GUMES
Atleta, que lembra com detalhes sua estréia pelo país em 95, acumula problemas no PSG
Ronaldinho "esquece tudo" pela seleção
DO ENVIADO A PARIS
Ele transmite a impressão de
ter passado mais tempo com a
camisa da seleção brasileira do
que com as do Grêmio e do Paris
Saint-Germain, os únicos dois
clubes que já defendeu.
Mas, ao se olhar sua carreira
com uma lupa, a razão para essa
"falsa" impressão aparece.
Aos 23 anos, o meia-atacante
Ronaldinho acumula mais de oito anos de serviços prestados aos
times administrados pela CBF,
onde não repete os problemas
disciplinares (atrasos e desentendimentos com o treinador)
que aconteceram com ele nos
clubes, especialmente no PSG.
Nada escapou de Ronaldinho
com a camisa amarela. Ele jogou
pelo time sub-15, em uma categoria que foi deixada de lado pela Fifa. Em 1997, foi campeão
mundial sub-17. Dois anos depois, na Nigéria, caiu nas quartas-de-final do Mundial sub-20.
Em 2000, esteve no fiasco
olímpico de Sydney. Pela equipe
principal, tem sido convocado
desde 1999 e já acumula, como
titular, a conquista de uma Copa
América e uma Copa do Mundo.
Pela lembrança minuciosa
descrita por ele próprio da primeira vez que vestiu a camisa
amarela fica clara a forte ligação
entre Ronaldinho e a seleção.
"Joguei a primeira vez pelo
sub-15, em 1995, no dia 17 de
março, no estádio de Wembley,
contra a Inglaterra. Foi o começo de tudo. Empatamos em 1 a 1
e dei o passe para o gol", recorda,
com um largo sorriso estampado no rosto. Naquele time jogava ainda o goleiro Júlio César, do
Flamengo, que também está no
grupo atual da equipe nacional.
Para o jogador, a experiência
nas categorias de base lhe deu
suporte necessário para o time
principal. "Além disso, é um orgulho jogar pelo Brasil em qualquer time", afirma o jogador,
que garante viver outro mundo
quando serve a seleção.
"Agora não penso em nada
que não seja a seleção. Todo o
resto meu irmão [o ex-jogador
Assis] cuida para mim", conta.
"Todo o resto" significa muito, atualmente. Tudo indica que
Ronaldinho, depois de uma turbulenta transferência do Grêmio para o Paris Saint-Germain,
deve deixar o clube francês, no
qual tem se desentendido com o
técnico Luis Fernandez. Manchester United e Barcelona seriam possíveis destinos. O que
dificulta a transferência é a complicada divisão dos direitos sobre o atleta, divididos entre o
clube francês e empresários.
Enquanto seu irmão negocia,
o meia-atacante faz planos de
ganhar um título inédito pela seleção. Em 1999, ele foi o artilheiro da Copa das Confederações,
no México, mas o Brasil naufragou na final contra os anfitriões.
"Já participei da Copa das
Confederações uma vez e não tive a felicidade de vencer. Agora
quero disputar e ficar com o título", diz Ronaldinho.
(PC)
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