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FUTEBOL
Ascensão do novo treinador do São Paulo, outrora banido, poderia ser brecada pelo Comitê Disciplinar da entidade
Fifa analisa a situação do técnico Rojas
RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Fifa ainda analisa a situação
do técnico Roberto Rojas, 45.
O novo treinador do São Paulo
foi banido eternamente do futebol pela máxima entidade da modalidade após ele ter se ferido propositalmente em partida entre a
seleção brasileira e o Chile, pelas
eliminatórias da Copa de 1990.
Em 2001, a Fifa deu uma anistia
a Rojas como jogador. A medida,
segundo a Folha apurou, teve caráter simbólico -com mais de 40
anos na época do perdão, ele não
atuaria mais como profissional.
Com a ascensão do ex-atleta
chileno ao cargo de técnico do São
Paulo, ele deve voltar de vez ao cenário internacional -o clube do
Morumbi ainda tenta jogar a Copa da Paz na Coréia do Sul, está na
disputa da Copa Sul-Americana e
almeja a Libertadores em 2004-
em uma posição de destaque.
Em caso de sucesso como técnico, Rojas poderia ir a um Mundial, o que não agradaria à Fifa.
"Pelo que entendi, Roberto Rojas foi absolvido pelo Comitê Disciplinar da Fifa e está liberada sua
atuação no futebol como técnico.
Mas, infelizmente, eu não tenho
ainda uma decisão formal sobre
isso nem tenho mais detalhes a
respeito neste momento", disse
Andreas Herren, chefe do departamento de comunicação da Fifa.
Foi Herren quem anunciou a
absolvição do chileno. "Rojas recebeu uma anistia que entra em
vigor de imediato", disse o porta-voz da Fifa em abril de 2001.
A entidade enviou ao Sindicato
dos Jogadores do Chile o documento que anistiou Rojas como
atleta -não era cogitada na época a chance de ele ser técnico.
"A anistia é como jogador. O
documento é simbólico, pois Rojas não atuará mais. Nossa idéia
ainda é fazer um jogo de despedida para ele no Chile, talvez com o
time que jogou a Copa América
em 1987, com o Astengo [também
punido pela Fifa pelo jogo de
1989], mas não estamos encontrando datas", disse Carlo Soto,
presidente do sindicato chileno.
Rojas sofreu até mesmo em seu
país após o episódio no Maracanã, que tirou o Chile de duas Copas do Mundo. Ele conseguiu voltar a trabalhar no São Paulo após
um convite de Telê Santana, técnico que comandou o clube na
primeira metade da década de 90.
Passou vários anos, quase que
extra-oficialmente, trabalhando
como preparador de goleiros.
Após a saída do técnico Oswaldo de Oliveira, Rojas assumiu o
time do São Paulo como interino.
Após alguns bons resultados e a
dificuldade da diretoria em conseguir um treinador de nome, ele
acabou efetivado no cargo, estreando anteontem com uma vitória de 2 a 1 sobre o Corinthians.
A Folha tentou ouvir o técnico
são-paulino ontem, mas ele estava fora de sua residência e com o
seu telefone celular desligado.
Mesmo após a anistia em 2001, o
chileno mostrou insatisfação com
a Fifa. Rojas entendeu que a punição imposta a ele, que o impediu
de encerrar a carreira quando desejasse, foi severa demais.
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