São Paulo, Quinta-feira, 17 de Junho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FUTEBOL
Paraguaios ameaçam não cumprir recomendação dos organizadores de não abrir as portas em dias de jogos
Comércio ameaça "parar" Copa América

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
enviado especial a Foz do Iguaçu

O descontentamento dos comerciantes paraguaios com a decisão das seleções de Brasil, Chile, México e Venezuela de se concentrar em Foz do Iguaçu (PR) ou Puerto Iguazú (Argentina), e não em Ciudad del Este, tornou-se um dos principais problemas para os organizadores da Copa América.
Irritados com o suposto descaso pela cidade paraguaia, eles estão se recusando a atender a alguns pedidos da organização do torneio, que começa em 29 de junho.
Um deles era para fecharem as portas das lojas ou desativarem as barracas, no caso dos ambulantes, em dias de jogos do Grupo B, no qual estão as quatro seleções, marcados para a cidade.
Se não acatarem as recomendações, o trânsito na ponte da Amizade, que une Brasil e Paraguai, poderá ficar caótico. Em 1998, principalmente às quartas e sábados, quando o movimento era maior, levava-se de duas a três horas para atravessá-la.
A partir de janeiro, com a desvalorização do real, o faturamento do comércio local caiu 40%. O trânsito, então, melhorou. Mas, na Copa América, especialmente em dias de jogos do Brasil, deve voltar ao ritmo anterior. Nessas ocasiões, cerca de 20 mil carros deverão passar pelo local em horários de pico.
Mesmo com a garantia de que cinco horas antes dos jogos a ponte terá duas pistas abertas no sentido Brasil-Paraguai e, até cinco horas depois deles, em sentido contrário, a organização acha que só com o fechamento do comércio paraguaio -além de possível feriado escolar em Ciudad del Este-, a situação será contornada.
Para que o caos não afete a ida da seleção ao estádio, com os jogadores passando mais de duas horas dentro do ônibus, a CBF quer que o time entre no Paraguai pela hidroelétrica de Itaipu.
Como o pedido havia sido negado, a entidade voltou a insistir numa solução para contornar possíveis transtornos. A situação deve ser analisada ainda hoje, quando haverá reunião de membros da Comissão Mista Brasil-Paraguai, presidida por Sérgio Lobato Machado, da qual participarão vários assessores do governo paraguaio.
No futuro, um dos objetivos da comissão é justamente construir uma segunda ponte de ligação entre Brasil e Paraguai, orçada em cerca de US$ 35 milhões.
Além do Brasil, o México, cuja chegada a Foz está programada para o dia 21, manteve contato com o comitê organizador e autoridades locais para discutir eventuais problemas de transporte.
Venezuelanos e chilenos serão os últimos a chegar. A Venezuela desembarca dia 24. O Chile, dia 25.


Texto Anterior: Ação - Carlos Sarli: Ignorância física
Próximo Texto: Técnico inspeciona estádio
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.