|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Paraguaios ameaçam não cumprir recomendação dos organizadores de não abrir as portas em dias de jogos
Comércio ameaça "parar" Copa América
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
enviado especial a Foz do Iguaçu
O descontentamento dos comerciantes paraguaios com a decisão
das seleções de Brasil, Chile, México e Venezuela de se concentrar
em Foz do Iguaçu (PR) ou Puerto
Iguazú (Argentina), e não em Ciudad del Este, tornou-se um dos
principais problemas para os organizadores da Copa América.
Irritados com o suposto descaso
pela cidade paraguaia, eles estão se
recusando a atender a alguns pedidos da organização do torneio, que
começa em 29 de junho.
Um deles era para fecharem as
portas das lojas ou desativarem as
barracas, no caso dos ambulantes,
em dias de jogos do Grupo B, no
qual estão as quatro seleções, marcados para a cidade.
Se não acatarem as recomendações, o trânsito na ponte da Amizade, que une Brasil e Paraguai,
poderá ficar caótico. Em 1998,
principalmente às quartas e sábados, quando o movimento era
maior, levava-se de duas a três horas para atravessá-la.
A partir de janeiro, com a desvalorização do real, o faturamento do
comércio local caiu 40%. O trânsito, então, melhorou. Mas, na Copa
América, especialmente em dias
de jogos do Brasil, deve voltar ao
ritmo anterior. Nessas ocasiões,
cerca de 20 mil carros deverão passar pelo local em horários de pico.
Mesmo com a garantia de que
cinco horas antes dos jogos a ponte
terá duas pistas abertas no sentido
Brasil-Paraguai e, até cinco horas
depois deles, em sentido contrário,
a organização acha que só com o
fechamento do comércio paraguaio -além de possível feriado
escolar em Ciudad del Este-, a situação será contornada.
Para que o caos não afete a ida da
seleção ao estádio, com os jogadores passando mais de duas horas
dentro do ônibus, a CBF quer que
o time entre no Paraguai pela hidroelétrica de Itaipu.
Como o pedido havia sido negado, a entidade voltou a insistir numa solução para contornar possíveis transtornos. A situação deve
ser analisada ainda hoje, quando
haverá reunião de membros da
Comissão Mista Brasil-Paraguai,
presidida por Sérgio Lobato Machado, da qual participarão vários
assessores do governo paraguaio.
No futuro, um dos objetivos da
comissão é justamente construir
uma segunda ponte de ligação entre Brasil e Paraguai, orçada em
cerca de US$ 35 milhões.
Além do Brasil, o México, cuja
chegada a Foz está programada
para o dia 21, manteve contato
com o comitê organizador e autoridades locais para discutir eventuais problemas de transporte.
Venezuelanos e chilenos serão os
últimos a chegar. A Venezuela desembarca dia 24. O Chile, dia 25.
Texto Anterior: Ação - Carlos Sarli: Ignorância física Próximo Texto: Técnico inspeciona estádio Índice
|