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AÇÃO
Ignorância física
CARLOS SARLI
Vendo o Alexandre "Picuruta"
Salazar, dia desses na praia, exibindo vários quilos acima de seu
peso ideal, lembrei-me da diferença de tratamento que os atletas, e mesmo os esportistas ocasionais, têm aqui no Brasil em
relação a outros países.
Recordista nacional de títulos
de surfe, campeão mundial de
longboard, Picuruta é um dos
maiores nomes do esporte no
país, mas, apesar de ainda surfar muito, passou-me a imagem
de alguém que, aos 36 anos,
acredita que completou o ciclo.
Em entrevista ao programa
""Torpedo" da rádio Jovem Pan,
Fernando Scherer declarou que
um dos principais motivos de ter
se mudado para os EUA foi o
respeito ao atleta. Aqui, a menos que conquiste títulos expressivos, você é de certa forma desprezado, segundo sua avaliação.
O aparente desleixo e o conformismo de Picuruta com sua condição atlética têm relação direta
com o desânimo de Xuxa. A falta de conhecimentos e recursos
desestimula a continuidade de
uma atividade física. Esses
exemplos, por se tratarem de
profissionais, são mais graves e
reportam a desvalorização da
experiência de uma forma geral
no país. Mas os esportistas comuns, os que buscam apenas o
prazer e a saúde nas atividades
físicas, sofrem das mesmas limitações de estrutura e cultura.
Em recente entrevista à "Veja", o ministro Rafael Greca, dos
Esportes e Turismo, falou ostensivamente sobre política, gostos
pessoais, um pouco sobre turismo e nada de esportes. Erro de
pauta, edição, ou havia pouco
conteúdo nas possíveis respostas
não publicadas, não se sabe,
mas fica evidenciado o desinteresse das autoridades, e da própria mídia, no assunto.
Durante minha vida de estudante, pude perceber quão desprestigiada é a cadeira de educação física. Grande parte dos
alunos só frequentava as aulas
nos primeiros dias. Depois, ficava atrás de um atestado qualquer que a dispensasse da atividade. Isso desde criança.
NOTAS
Santa Catarina
Começa hoje, em Itajaí, a Taça Governador do Estado/Normaii, 10ª etapa do Brasileiro de
surfe profissional. A prova foi
antecipada, para terminar no
sábado, quando vários atletas
irão para as Ilhas Reunião,
África, início de uma série de
torneios do Mundial, que só
terminará em dezembro, no
Havaí. Mais no sul do Estado,
em Imbituba, pode ocorrer o
Desafio No Fear de ondas grandes -se as ondas ajudarem.
Canoagem
O circuito brasileiro em onda
será definido entre os dias 25 e
27, na praia Grande, Ubatuba.
As competições serão nas classes kayak surf e waveski, nas
categorias open e senior.
Wakeboard
Embalado pelos resultados
das duas primeiras etapas, o
Circuito Brasileiro segue neste
fim-de-semana em Brasília. O
nível técnico dos atletas e a boa
organização estão incentivando o crescimento do esporte.
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