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FUTEBOL
Técnico palmeirense afirma que cumpriu promessa e não comenta seu futuro na equipe no segundo semestre
Scolari vai ao Mundial até como torcedor
da Reportagem Local
Conhecido pelo estilo "durão", o
técnico palmeirense, Luiz Felipe
Scolari, 50, chorou ontem no gramado do Parque Antarctica.
Um choro seco, sem lágrimas. E
insuficiente para que ele se dobrasse às insistentes perguntas e comentasse seu futuro no clube.
Ao contrário, despistou os jornalistas. "Vou a Tóquio nem que seja
como torcedor", afirmou o técnico. "Não vou dizer nada agora.
Vou ficar em cima do muro."
Seu contrato termina no próximo domingo, mas a Parmalat, parceira do Palmeiras, demonstra interesse total em uma renovação.
A empresa foi a responsável por
sua contratação, em 97, tendo como primeiro objetivo justamente a
conquista da Libertadores.
Nesse ínterim, a Parmalat atuou
como mediadora de desentendimentos entre Scolari e integrantes
da diretoria palmeirense.
Ontem, mesmo emocionado
com a conquista, o técnico aproveitou para disparar farpas contra
dirigentes do clube.
"O título é também do doutor Aldo, uma pessoa e um profissional
fantástico, demitido por causa de
bobagens", declarou.
O médico Aldo Guida, membro
da confiança de Scolari dentro da
comissão técnica da equipe, foi
dispensado pelo clube no ano passado, o que irritou o treinador.
Scolari acompanhou ontem a cobrança de pênaltis abraçado ao goleiro reserva do time, Sérgio.
Assim que o título foi consumado, atirou para o alto o boné branco que usava e começou a chorar.
Em seguida, foi abraçado por César Sampaio, por Euller e pelos demais jogadores, que aguardavam a
vez para cumprimentá-lo.
Em meio ao tumulto, um torcedor conseguiu furar o bloqueio, se
ajoelhou diante do treinador e passou a beijar seus pés.
"Isso era uma promessa minha.
Saí de casa e disse para meus filhos
que ia fazer isso", disse o bancário
Bernardo Hohagen, 28, enquanto a
torcida nas arquibancadas pedia a
permanência do técnico.
"Fica Felipão, no fim do ano nós
vamos para o Japão", era o grito
dominante no Parque Antarctica.
Gaúcho de Passo Fundo, Scolari
é o único técnico brasileiro a conquistar a Libertadores por dois
clubes diferentes -vencera com o
Grêmio, em 95.
É também, ao lado de Telê Santana, o técnico mais vencedor da década, tendo conquistado ainda três
Copas do Brasil e um Brasileiro.
Há dois anos e 15 dias no Palmeiras, Scolari é o técnico que mais
tempo permaneceu ininterruptamente no cargo desde 1975 -ano
da saída de Osvaldo Brandão, que
ficou por quatro anos.
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