MARÍLIA RUIZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Quanto mais feio o jogo, mais o São Paulo depende de Luis Fabiano. Hoje, contra o Atlético-PR, com quatro volantes no Morumbi, não deverá ser diferente.
No São Paulo desde 2001, o atacante, que teve rápida passagem pelo futebol francês, é cada vez mais importante para a equipe, quem quer que seja o técnico.
Foram 82 gols em 106 jogos até aqui. No Brasileiro-02 e no Paulista deste ano, quando a equipe de Oswaldo de Oliveira, Kaká e Ricardinho encantou os críticos com toques refinados, Luis Fabiano foi responsável, respectivamente, por 32% e 28% dos gols do São Paulo -ele terminou como artilheiro das duas competições.
Na Copa do Brasil-03 e no Brasileiro corrente, quando o time com Oliveira não engrenou e, por causa disso, sofreu alteração de comando (assumiu Roberto Rojas) e de esquema, Luis Fabiano teve e tem destaque ainda maior: 47% e 42% dos gols do time.
Nos últimos dois jogos, o atacante marcou três vezes e ultrapassou seus concorrentes na luta pela artilharia do Nacional -um deles é Ilan, que tem 13 gols e atua no Atlético-PR, rival de hoje. Com 15 gols, Luis Fabiano, 22, está empatado com Deivid, do Cruzeiro, que ontem marcou três vezes.
"É o momento do Luis Fabiano no futebol. Os gols acontecem. Não me contento com pouco", disse o atacante, sem modéstia.
Luis Fabiano é o maior artilheiro, em média de gols por partida, da história do São Paulo. O jogador, que foi contratado do Rennes (França) em junho do ano passado por US$ 2,1 milhões, tem a marca de 0,77 gol por jogo e agora vale US$ 15 milhões, valor atual da sua multa rescisória.
"Nunca parei para pensar no quanto isso significa. Não consigo mensurar, mas sei que estou valendo isso por tudo o que eu tenho feito", disse ele, que melhorou seu comportamento disciplinar em campo depois de recorrer aos serviços de uma psicóloga.
A sua última cartada foi a contratação, anteontem, de um assessoria de imprensa particular, que vai dividir com os dois assessores do clube o assédio da mídia.
"Agora vocês podem falar com o Rodrigão [Rodrigo Righetti, assessor particular] também. Quando der, eu tiver tempo, a gente marca pautas especiais", anunciou antes de conceder uma coletiva depois do treino de ontem.
Rojas festeja as atuações de Luis Fabiano, mas com precaução. "Hoje falam dele, mas isso tem a ver com as vitórias. Quero ver quando a gente começar a perder. Isso, uma hora, vai acontecer."