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Musas da areia têm novo status com ouro
Ana Paula e Leila derrotam as atuais campeãs do mundo, Juliana e Larissa
Dupla, que quebrou tabu contra as rivais, só havia atingido disputas pelo 3º lugar em etapas do Circuito Mundial de vôlei de praia
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
A dupla de maiores musas da
história do esporte nacional
provou que faz parte, de fato, da
elite do vôlei de praia.
No Canadá, Ana Paula e Leila
surpreenderam a todos. Sem
vaga no torneio principal, tiveram de jogar o qualificatório.
Uma vez na disputa, atropelaram as adversárias. E, na decisão, derrotaram as compatriotas Juliana e Larissa, atuais
campeãs do circuito e líderes
do ranking mundial, por 2 a 0.
Com o feito, a dupla derrubou três incômodos tabus. Em
cinco confrontos, nunca haviam batido as rivais. Juntas,
não sabiam o que era vencer
uma etapa do Circuito Mundial. E Leila, enfim, conquistou
seu primeiro ouro internacional na praia, habitat escolhido
por ela após a encerrar a carreira no vôlei de quadra.
"Estou excitada por ela. Jogamos muito nas últimas quatro semanas para uma dupla de
34 anos e nossa química em
quadra aumentou muito. Ela
jogou demais, teve energia e
vontade de buscar a medalha.
Foi uma grande jogadora na
quadra e agora tem esse título
no currículo", disse Ana Paula.
Junta a pouco mais de um
ano, a dupla teve apresentações
irregulares desde que começou
a disputar o Circuito Mundial,
em 2005. Alterou brigas (e conquistas) pela medalha de bronze com resultados ruins como o
33º lugar em Xangai, neste ano.
"Não estávamos bem fisicamente no início da temporada.
Nos esforçamos, mas não tínhamos um jogo consistente",
afirmou Ana Paula.
"Paramos três semanas após
Xangai [no fim de maio] para
descansar. Se você tem alguma
lesão, precisa dar um passo
atrás para continuar bem o resto", completou a jogadora.
Antes de atuar com Leila, ela
já havia tido outras seis parceiras. Com Sandra, atingiu seus
principais feitos: o título do circuito de 2003 e a disputa dos
Jogos de Atenas, em 2004.
Leila também jogou com
Sandra, em 2002, e Mônica, em
2003, épocas em que ainda flertava com o vôlei de quadra.
A coincidência de parceiras
não é por acaso. Coincidência
são os dissabores que levaram
as medalhistas de bronze em
Atlanta-96 a se encontrarem
novamente, mas na areia.
Em 2003, por força dos patrocinadores, Sandra desmanchou sua dupla com Leila e se
uniu a Ana Paula. Chegaram
como favoritas a Atenas, mas
caíram nas quartas diante de
Adriana Behar e Shelda.
O mesmo ano serviu de divisor de águas na vida da também
medalhista de bronze em
Sydney-2000. Leila tentou voltar à quadra, mas não acompanhou o ritmo das novatas da seleção. Acabou cortada.
Hoje, briga ao lado de Ana
Paula para acompanhar outras
novatas, que disputam palmo a
palmo posições no ranking
mundial. Juliana e Larissa são
as líderes, com folga. Renata e
Talita alternam posições com
elas na lista da federação internacional. A outra parceria brasileira entre as dez melhores do
mundo é veterana: Adriana Behar e Shelda, que formam a segunda melhor equipe do país.
"Vamos tentar manter o ritmo de jogo e descansar no pouco tempo que temos. Estamos
há um mês longe de casa, o desgaste é muito grande, mas podemos chegar a mais uma final", afirmou Juliana, já se referindo à próxima etapa na na
Rússia, na quarta.
As sete etapas do Circuito
Mundial deste ano tiveram brasileiras no pódio. Juliana e Larissa conquistaram três delas.
Ana Paula e Leila, que já tinham dois bronzes, quebraram
a monotonia do primeiro lugar.
Com agências internacionais
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