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Schumacher triunfa e volta a sorrir
Vitória no GP da França, 88ª da carreira do heptacampeão, demonstra renascimento da Ferrari no Mundial de F-1
Com segundo posto ontem,
Alonso vê sua margem na
liderança cair de 19 para 17
pontos faltando sete etapas
para o fim do campeonato
FÁBIO SEIXAS
ENVIADO ESPECIAL A MAGNY-COURS
Era o velho sorriso. Não
aquele amarelado dos últimos
tempos, em que vencer GPs
não ajudava muito. Era "aquele" sorriso. Aquele. Dos velhos
tempos, quando as vitórias resultavam em títulos mundiais,
em novos recordes, em glória.
Do alto do pódio de Magny-Cours, Michael Schumacher
estampava seu velho sorriso.
Porque mais do que vencer o
GP da França, 11ª etapa do
Mundial, ontem, o alemão provou um ponto. Ganhando na
casa das arqui-rivais Renault e
Michelin, deu a maior demonstração até agora do renascimento da Ferrari no Mundial.
Ressurreição que começou
em Silverstone, continuou em
Montréal, transformou-se em
vitória em Indianápolis e consolidou-se em Magny-Cours.
Resultado: Schumacher
amealhou 36 pontos nas últimas quatro etapas, o que não
acontecia desde 2004, ano de
seu último título. E o mais importante: Alonso marcou 32.
Segundo colocado ontem, o
espanhol viu sua vantagem na
liderança cair de 19 para 17
pontos, faltando agora sete etapas para o fim do campeonato.
E já começa a ficar preocupado.
"Indianápolis foi uma corrida estranha, talvez tenhamos
sido muito conservadores. Mas
aqui simplesmente não fomos
rápidos o bastante", declarou o
espanhol, ontem.
O pódio foi completado pelo
outro ferrarista, Felipe Massa,
que ontem teve papel fundamental na vitória do parceiro.
Segundo no grid, o brasileiro
segurou Alonso atrás de si na
largada enquanto Schumacher,
o pole, disparou. Na primeira
curva, o espanhol chegou a emparelhar com Massa, mas recolheu. "O Fernando tinha mais a
perder. Pensou no campeonato
e levantou o pé", falou Massa.
Foi o único grande duelo da
corrida. A partir daí, o GP tornou-se um jogo cerebral, com
Ferrari e Renault tentando
vencer com base nas estratégias de paradas nos boxes.
Schumacher e Massa fizeram
três pits stops cada um. Alonso,
apenas dois, o suficiente para
ganhar a segunda posição do
brasileiro, mas não para ameaçar a liderança do alemão.
"Tivemos alguns problemas
no sábado, então não sabíamos
como o carro iria se comportar
numa seqüência grande de voltas. Mas tudo correu de maneira perfeita", disse o alemão.
"Em Indianápolis fomos absolutos e sabíamos que aquela
não poderia ser a realidade.
Mas hoje [ontem] será a referência. Tivemos adversários
fortes e conseguimos vencer."
Perfeição foi mesmo a tônica
do dia do alemão: além de largar na pole e vencer, cravou a
melhor volta. Foi a 22ª vez que
ele impôs domínio como esse.
Foi, ainda, sua oitava vitória
em Magny-Cours. Nunca, na
história, um piloto venceu tanto num mesmo circuito. E foi o
88º triunfo da carreira, o que
deu margem a uma pergunta de
um jornalista turco, no fim da
entrevista coletiva. "Até onde
você quer ir? Acha que é possível atingir as cem vitórias?"
Schumacher respondeu:
"Você vai descobrir". E lançou
aquele velho sorriso. Aquele.
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