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"Foi um pânico", afirma volante Emerson
XICO SÁ
enviado especial a Porto Alegre
O meia Emerson, da seleção brasileira, disse ontem à Folha que a
preocupação com a crise de Ronaldinho era tão grande que "praticamente" ninguém defendia a
escalação do jogador.
"Foi um pânico", afirmou.
"Uma coisa é você querer, e outra
é estar em condições de jogar",
disse o meia, que está descansando em Porto Alegre (RS). A frase,
segundo ele, resume a opinião
predominante entre os jogadores.
"Só ouvi o Edmundo aos gritos,
berrando no hotel. Abri a janela,
chamei o Dunga (companheiro de
quarto de Emerson), e fomos ver o
que acontecia", contou o meia.
Segundo o jogador, ninguém falava em convulsão naquele momento, e alguns colegas lembravam que Ronaldinho andava muito inquieto, devido ao estresse
acumulado durante a temporada.
"Vi o estado do Edmundo, ouvi
os gritos do Edmundo e imaginei
que poderia ser algo muito pior",
disse. "Corremos para o quarto
do Ronaldinho, mas o Dunga, que
sabe liderar até nesses momentos,
foi logo afastando todos nós para
diminuir o tumulto."
Quando o jogador foi levado para fazer exames em Paris, Emerson lembra que o ambiente na
concentração parecia o de um velório: "Só se pensava em algo
pior. Ninguém dormiu mais. Aí,
começamos a perder a Copa. Não
houve tranquilidade nem para os
reservas".
A hipótese de convulsão, pelo
que lembra Emerson, só começou
circular entre os jogadores, hospedados no Château de Grande Romaine, depois que César Sampaio
contou aos colegas ter segurado a
língua de Ronaldinho.
"Para todos nós, tinha acontecido uma coisa inexplicável. Uns diziam que era nervosismo, outros
diziam que era um troço estranho,
só sei que abalou todo mundo".
Emerson confirma a versão de
que Leonardo liderou o bloco que
defendia a entrada de Ronaldinho:
"O Léo deu toda a força desse
mundo para o Ronaldinho, do começo do tumulto até a hora do
aquecimento".
"Se fosse comigo, eu também
jogaria, mas a preocupação com a
saúde foi grande. A gente ficava
pensando que poderia ocorrer alguma coisa a qualquer momento", contou.
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