|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TÊNIS
Kuerten vence o primeiro jogo, mas Meligeni perde o segundo pelas quartas-de-final da Copa Davis
Brasil fica no empate com a França
ROBERTO DIAS
enviado especial a Pau (França)
Após um jogo de quase cinco
horas, Gustavo Kuerten conseguiu manter as chances do Brasil
no confronto com a França, pelas
quartas-de-final da Copa Davis.
Venceu Sébastien Grosjean por
3 sets a 2 (6/2, 7/6, 6/7, 6/7 e 9/7).
Mas o empate francês veio na
sequência. Cédric Pioline bateu
Fernando Meligeni num jogo
bem mais fácil do que o anterior
-3 sets a 0, num triplo 6/3.
Hoje, acontece o jogo de duplas,
que definirá qual país entrará em
vantagem amanhã, quando haverá as outras partidas de simples.
A disputa com os franceses é o
mais importante de Kuerten (brasileiro com os melhores resultados do país na história do esporte) em Davis, a principal competição entre nações do mundo.
Se tiver sucesso, o país chegará
pela segunda vez a uma semifinal
de Grupo Mundial, a elite do torneio, repetindo feito de 92.
Para tanto, os brasileiros terão
de superar também as adversidades de jogar fora de casa: a torcida
e o piso escolhido pelos rivais, o
carpete, uma superfície rápida.
Mas nem o piso impediu que o
jogo de Kuerten, quinto do mundo, contra Grosjean, 34º, demorasse mais do que qualquer uma
das partidas do confronto brasileiro contra os espanhóis, no saibro (uma quadra lenta).
Kuerten e Grosjean jogaram
por quatro horas e 43 minutos. O
brasileiro começou melhor. Quebrou o saque rival no quinto e no
sétimo games. Depois, confirmou
seu serviço e fez 6/2.
A série seguinte foi mais equilibrada. Empatados em 5 a 5, os tenistas só obtiveram quebras no
11º e no 12º games -primeiro
Kuerten, depois Grosjean.
E o set foi para o tie-break. O
empate se manteve até o 4 a 4,
quando, primeiro com um ace e
depois com um erro de Kuerten,
Grosjean obteve dois set points. O
brasileiro errou novamente e provocou o empate.
O resultado animou a até então
fria torcida francesa e incendiou o
Palácio dos Esportes, tomado
quase por 7.000 pessoas.
Mas, na quadra, a igualdade se
mantinha. Ou aumentava, já que
ninguém obteve quebras no terceiro set. Novo tie-break. E aí
Kuerten deslanchou, fazendo 4 a
0. Grosjean ainda reagiu, fazendo
três pontos na sequência, mas o
brasileiro deu o troco e fez 7 a 3.
Na série seguinte, o francês
abriu 2 a 0. Kuerten só devolveu a
quebra no nono game. Mas, em
seguida, quando sacava, o brasileiro parou o jogo, sentindo cãibras. Voltou e confirmou o serviço, mesmo demonstrando claros
problemas físicos.
Pela terceira vez, o jogo foi para
o tie-break. Grosjean manteve ligeira vantagem e fechou em 7 a 5.
No set decisivo, o francês voltou
a fazer 2 a 0 logo de cara.
"Se o cara fizesse mais um
break, eu não teria mais como virar. Passei a lutar por cada ponto
como se fosse um match point"
No quarto game, Kuerten refez
a igualdade. E, sem novas quebras, o jogo chegou ao 12º game.
Como no quinto set, segundo o
regulamento da Davis, não pode
haver tie-break, os dois tenistas
jogaram até um deles obter a vantagem de dois games.
E foi Kuerten. Numa paralela de
esquerda, quebrou o serviço de
Grosjean e fechou em 9 a 7.
"Foi um grande teste. Era uma
partida importante para mim. Saí
da quadra com o ponto que a gente precisava."
Em seguida, entraram em quadra Meligeni (30º do mundo) e
Pioline (25º). O jogo foi bem menos emocionante. O francês dominou completamente. ""Ele fez
um jogo inacreditável. Eu não pude jogar", disse Meligeni.
Texto Anterior: Entidade tenta definir sedes do Mundial feminino Próximo Texto: Fome causa cãibra em brasileiro Índice
|