São Paulo, Sábado, 17 de Julho de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TÊNIS
Kuerten vence o primeiro jogo, mas Meligeni perde o segundo pelas quartas-de-final da Copa Davis
Brasil fica no empate com a França

ROBERTO DIAS
enviado especial a Pau (França)

Após um jogo de quase cinco horas, Gustavo Kuerten conseguiu manter as chances do Brasil no confronto com a França, pelas quartas-de-final da Copa Davis.
Venceu Sébastien Grosjean por 3 sets a 2 (6/2, 7/6, 6/7, 6/7 e 9/7).
Mas o empate francês veio na sequência. Cédric Pioline bateu Fernando Meligeni num jogo bem mais fácil do que o anterior -3 sets a 0, num triplo 6/3.
Hoje, acontece o jogo de duplas, que definirá qual país entrará em vantagem amanhã, quando haverá as outras partidas de simples.
A disputa com os franceses é o mais importante de Kuerten (brasileiro com os melhores resultados do país na história do esporte) em Davis, a principal competição entre nações do mundo.
Se tiver sucesso, o país chegará pela segunda vez a uma semifinal de Grupo Mundial, a elite do torneio, repetindo feito de 92.
Para tanto, os brasileiros terão de superar também as adversidades de jogar fora de casa: a torcida e o piso escolhido pelos rivais, o carpete, uma superfície rápida.
Mas nem o piso impediu que o jogo de Kuerten, quinto do mundo, contra Grosjean, 34º, demorasse mais do que qualquer uma das partidas do confronto brasileiro contra os espanhóis, no saibro (uma quadra lenta).
Kuerten e Grosjean jogaram por quatro horas e 43 minutos. O brasileiro começou melhor. Quebrou o saque rival no quinto e no sétimo games. Depois, confirmou seu serviço e fez 6/2.
A série seguinte foi mais equilibrada. Empatados em 5 a 5, os tenistas só obtiveram quebras no 11º e no 12º games -primeiro Kuerten, depois Grosjean.
E o set foi para o tie-break. O empate se manteve até o 4 a 4, quando, primeiro com um ace e depois com um erro de Kuerten, Grosjean obteve dois set points. O brasileiro errou novamente e provocou o empate.
O resultado animou a até então fria torcida francesa e incendiou o Palácio dos Esportes, tomado quase por 7.000 pessoas.
Mas, na quadra, a igualdade se mantinha. Ou aumentava, já que ninguém obteve quebras no terceiro set. Novo tie-break. E aí Kuerten deslanchou, fazendo 4 a 0. Grosjean ainda reagiu, fazendo três pontos na sequência, mas o brasileiro deu o troco e fez 7 a 3.
Na série seguinte, o francês abriu 2 a 0. Kuerten só devolveu a quebra no nono game. Mas, em seguida, quando sacava, o brasileiro parou o jogo, sentindo cãibras. Voltou e confirmou o serviço, mesmo demonstrando claros problemas físicos.
Pela terceira vez, o jogo foi para o tie-break. Grosjean manteve ligeira vantagem e fechou em 7 a 5.
No set decisivo, o francês voltou a fazer 2 a 0 logo de cara.
"Se o cara fizesse mais um break, eu não teria mais como virar. Passei a lutar por cada ponto como se fosse um match point"
No quarto game, Kuerten refez a igualdade. E, sem novas quebras, o jogo chegou ao 12º game. Como no quinto set, segundo o regulamento da Davis, não pode haver tie-break, os dois tenistas jogaram até um deles obter a vantagem de dois games.
E foi Kuerten. Numa paralela de esquerda, quebrou o serviço de Grosjean e fechou em 9 a 7.
"Foi um grande teste. Era uma partida importante para mim. Saí da quadra com o ponto que a gente precisava."
Em seguida, entraram em quadra Meligeni (30º do mundo) e Pioline (25º). O jogo foi bem menos emocionante. O francês dominou completamente. ""Ele fez um jogo inacreditável. Eu não pude jogar", disse Meligeni.


Texto Anterior: Entidade tenta definir sedes do Mundial feminino
Próximo Texto: Fome causa cãibra em brasileiro
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.