São Paulo, quarta-feira, 17 de agosto de 2005

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NATAÇÃO

Punida por doping, Laura Azevedo ainda questiona 1º caso positivo

Justiça dá a atleta banida aval para nadar Brasileiro

ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Expulsa do esporte há três meses, Laura Azevedo, 23, garantiu o direito de disputar o Troféu José Finkel, equivalente ao Brasileiro de piscina curta (25 m). A nadadora conseguiu uma tutela antecipada (espécie de liminar) na 26ª Vara Cível do Rio. A competição será em setembro, em Santos.
"A decisão da Federação Internacional de Natação não pode se sobrepor à Justiça brasileira", conta Geraldo dos Santos Machado, advogado da atleta, referindo-se à sentença da Corte de Arbitragem do Esporte, que baniu Laura.
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos irá acatar a decisão da Justiça. "Já expliquei o problema para a Fina", diz Coaracy Nunes, presidente da CBDA.
O caso Laura se arrasta há dois anos. Em 2003, ela teve exame positivo para três esteróides anabólicos -estanozolol, nortestosterona e metiltestosterona. Classificada para o 4 x 100 m medley no Pan, recebeu pena de dois anos.
No entanto um teste de DNA gerou dúvidas sobre se amostra de urina era realmente da atleta.
"O exame é diferente dos feitos no Ratinho [programa de TV], que coletam sangue. A quantidade de urina que havia sobrado do teste era pequena, e a análise não podia afirmar com certeza se era dela ou não", defende Coaracy.
Baseada em liminares concedidas pela Justiça comum, Laura continuou competindo no país. No Estadual de Inverno do Rio, em 2004, porém, ela se recusou a passar por novo antidoping.
"O responsável pelo teste era do futebol, não da Fina, e o material não era o oficial. Além disso, a análise seria feita pelo Ladetec, laboratório que eu estou processando", declara Laura, que diz ter sido orientada pelo advogado.
O problema é que tal atitude complicou ainda mais a situação. A documentação chegou à CAS, em Lausanne (Suíça), que considerou a recusa como um exame positivo e determinou a expulsão da atleta do esporte -é a segunda brasileira a levar a pena máxima.
"Estou há três anos nisso. Espero que a Justiça decida que eu possa voltar a nadar sem restrições. Moro nos EUA [em Coral Springs, Flórida] e aqui não posso participar de provas. Estou competindo quase uma vez por ano, quando vou ao Brasil", lamenta Laura, que deve disputar os 50 m e os 100 m borboleta em Santos.


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