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NATAÇÃO
Punida por doping, Laura Azevedo ainda questiona 1º caso positivo
Justiça dá a atleta banida aval para nadar Brasileiro
ADALBERTO LEISTER FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Expulsa do esporte há três meses, Laura Azevedo, 23, garantiu o
direito de disputar o Troféu José
Finkel, equivalente ao Brasileiro
de piscina curta (25 m). A nadadora conseguiu uma tutela antecipada (espécie de liminar) na 26ª
Vara Cível do Rio. A competição
será em setembro, em Santos.
"A decisão da Federação Internacional de Natação não pode se
sobrepor à Justiça brasileira",
conta Geraldo dos Santos Machado, advogado da atleta, referindo-se à sentença da Corte de Arbitragem do Esporte, que baniu Laura.
A Confederação Brasileira de
Desportos Aquáticos irá acatar a
decisão da Justiça. "Já expliquei o
problema para a Fina", diz Coaracy Nunes, presidente da CBDA.
O caso Laura se arrasta há dois
anos. Em 2003, ela teve exame positivo para três esteróides anabólicos -estanozolol, nortestosterona e metiltestosterona. Classificada para o 4 x 100 m medley no
Pan, recebeu pena de dois anos.
No entanto um teste de DNA
gerou dúvidas sobre se amostra
de urina era realmente da atleta.
"O exame é diferente dos feitos
no Ratinho [programa de TV],
que coletam sangue. A quantidade de urina que havia sobrado do
teste era pequena, e a análise não
podia afirmar com certeza se era
dela ou não", defende Coaracy.
Baseada em liminares concedidas pela Justiça comum, Laura
continuou competindo no país.
No Estadual de Inverno do Rio,
em 2004, porém, ela se recusou a
passar por novo antidoping.
"O responsável pelo teste era do
futebol, não da Fina, e o material
não era o oficial. Além disso, a
análise seria feita pelo Ladetec, laboratório que eu estou processando", declara Laura, que diz ter sido orientada pelo advogado.
O problema é que tal atitude
complicou ainda mais a situação.
A documentação chegou à CAS,
em Lausanne (Suíça), que considerou a recusa como um exame
positivo e determinou a expulsão
da atleta do esporte -é a segunda
brasileira a levar a pena máxima.
"Estou há três anos nisso. Espero que a Justiça decida que eu possa voltar a nadar sem restrições.
Moro nos EUA [em Coral
Springs, Flórida] e aqui não posso
participar de provas. Estou competindo quase uma vez por ano,
quando vou ao Brasil", lamenta
Laura, que deve disputar os 50 m e
os 100 m borboleta em Santos.
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