|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NATAÇÃO
Versatilidade de nadador é boa parte de seu sucesso
Estrela de Pequim nada mais estilos que a estrela de Munique
Fenômeno das piscinas se destaca no medley, sendo o nado peito seu ponto fraco; em 1972, Mark Spitz nadou apenas borboleta e crawl
DA ENVIADA A PEQUIM
Listar qualidades de Michael
Phelps é tarefa das mais fáceis.
O nadador norte-americano é
rápido, técnico, dedicado, talentoso. Em um esporte que
exige habilidades tão distintas e
específicas, porém, talvez uma
das virtudes seja mais admirável: a versatilidade.
Em sua caminhada rumo ao
recorde ouros em uma mesma
edição olímpica, ele competiu
em todos os estilos da natação.
Sua especialidade são as provas
de medley, que reúnem os quatro tipos de nado -crawl, costas, peito e borboleta.
As mesmas habilidades não
eram mostradas pelo homem
que ele superou. Quando foi sete vezes ao topo do pódio em
Munique-72, Mark Spitz nadou
só crawl e borboleta.
O crawl é um dos melhores
estilos de Phelps, que tem grande influência do russo Alexander Popov, bicampeão olímpico
dos 50 m e 100 m livre, em Barcelona-1992 e Atlanta-1996.
Não é à toa. Seu técnico, Bob
Bowman, estudou o modo de
nadar do russo para aprimorar
as braçadas do pupilo.
Em Pequim, Phelps levou o
ouro nos 200 m livre. Mesmo
não sendo especialista nos 100
m, nadou 47s51 na abertura do
revezamento 4 x 100 m livre. A
marca era apenas 0s01 acima
do então recorde mundial.
No borboleta, prova em que
foi ouro nos 200 m e nos 100 m,
o nadador tem uma característica peculiar: executa a respiração a cada braçada. Muitos especialistas pregam que o melhor é retirar a cabeça da água a
cada duas ou três braçadas.
Além da técnica, Phelps tem
o torso maior do que as pernas
e uma envergadura de mais de
2 metros, modelo de corpo perfeito para os movimentos.
O nadador não costuma disputar provas individuais de peito e costas, mas apresenta bom
desempenho nos dois estilos.
Em 2007, por exemplo, terminou como sexto no ranking dos
200 m e 11º nos 100 m costas.
O nado peito é seu calcanhar
de aquiles. Neste ano, ele está
fazendo novos tipos de treinamento para tentar aprimorar
ainda mais esse estilo.
Outro fundamento que
Phelps tem tratado com atenção é o nado submerso, as ondulações do nadador após a largada e as viradas. Pelas regras
internacionais, o atleta pode
percorrer até 15 m. Ele permanece na posição de "streamline", com os braços completamente estendidos sobre a cabeça, pés e mãos juntos e executa
movimentos de ondulação.
Responsável pela evolução
do pupilo, Bowman não revela
sua tática para aprimorar a performance de Phelps. "Eu o
mantenho o máximo de tempo
embaixo d'água. O máximo que
ele agüentar. Assim, eu não
preciso escutá-lo, nem ele precisa me escutar", diz o técnico.
"Michael é ótimo na piscina,
mas é muito estabanado fora
dela. Por isso eu tento deixá-lo
ao máximo dentro d'água",
completou. 0
(MARIANA LAJOLO)
Texto Anterior: Natação: Revezamento põe Phelps no olimpo com oitavo ouro Próximo Texto: Análise: Sucesso de Phelps dá lição a professores Índice
|