São Paulo, Terça-feira, 17 de Agosto de 1999
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BASQUETE NO MUNDO
Raíces

MELCHIADES FILHO

Mesmo com toda a exposição que os torneios pré-olímpico e pan-americano proporcionaram, somente dois jogadores latino-americanos aparecem hoje com chances de emplacar na temporada 1999-2000 da NBA.
O armador dominicano Felipe López perdeu a posição de titular, mas não será descartado pelo Vancouver Grizzlies.
A novidade na liga norte-americana pode ser o cubano Lazaro Borrell, que escandalizou sua seleção ao fugir da concentração e pedir asilo político a Porto Rico em pleno Pré-Olímpico.
Convidado pelo movimento anticastrista de Miami, o ala viajou aos EUA na semana passada para um teste sem compromisso no New Jersey Nets. Deixou boquiabertos os treinadores do time, brilhando durante uma hora com o repertório ofensivo que lhe valeu a artilharia do Campeonato Argentino nos últimos dois anos, e garantiu um convite para a pré-temporada.
Já o pivô Fabricio Oberto acabou quebrando a cara. Talvez o melhor jogador sul-americano em atividade, o veterano argentino preteriu o Pré-Olímpico e o Pan para atuar em amistosos "caça-talentos" da NBA. Mas foi tachado de "fominha e pouco inteligente" pela comissão técnica do New York Knicks e não tem mais chances.
Outro argentino, Emanuel Ginóbili, também se deu mal. Não conseguiu se firmar entre os titulares da seleção e frustrou os olheiros do San Antonio Spurs. Atual campeã da NBA, a equipe havia "draftado" o armador de "orelhada" (seus dirigentes achavam que ele era italiano...) e queria aproveitar o Pré-Olímpico e o Pan para observá-lo.
O ala-pivô venezuelano Carl Herrera, por sua vez, anda espalhando que voltará ao Houston Rockets. Por enquanto, cascata.
Quanto aos jogadores brasileiros, nada de novo. Os nomes de Josuel e Rogério chegaram a ser comentados nas rodinhas de jornalistas e técnicos norte-americanos, mas não embarcaram para os EUA.

NOTAS

Américas 1
De concreto, o Pan e o Pré-Olímpico arranjaram só um emprego na NBA. Mo McHone, técnico da seleção norte-americana que levou prata em Winnipeg, virou assistente do Detroit Pistons.

Américas 2
Hélio Rubens errou ao ousar na escalação da seleção no Pré-Olímpico. O uso simultâneo de dois pivôs e dois alas altos sobrecarregou o armador Demétrius e deixou o time previsível no ataque e sem mobilidade na defesa. A equipe só engrenou, já no Pan, quando o técnico a "diminuiu", colocando dois (ou três) condutores de bola.

Américas 3
Marcelinho, do Rio, mostrou tutano e bossa. Olho nele.

Américas 4
O Pré e o Pan provaram que a Argentina está adiante do Brasil no processo de renovação.

E-mail melk@uol.com.br


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