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Entre a Copa e a cozinha, gafes em geral
JUCA KFOURI
Colunista da Folha
Quem não é capaz de organizar
um campeonato local será capaz
de organizar uma Copa do Mundo? No último final de semana estiveram ausentes da competição
mais importante do país seis
equipes: o Flamengo, o clube mais
popular do Brasil; o Corinthians,
o segundo clube mais popular do
Brasil; o Palmeiras, que briga
com o Vasco e o São Paulo pelo
terceiro lugar; a dupla Galo e Inter, que dividem Minas e Rio
Grande do Sul, e a Ponte Preta.
Resultado: uma rodada chocha,
salva por Ronaldinho, pelo bom
futebol do Atlético-PR diante do
Santos e pelo jogo entre Coritiba e
Cruzeiro.
Como a CBF arrumará a Copa
se não ajeita nem a cozinha?
O Corinthians foi à Espanha repetir o papelão feito por Santos e
Vasco. Registre-se que a responsabilidade pela irresponsabilidade
de uma viagem dessas em pleno
Brasileiro é exclusiva do presidente do clube, que acertou a participação no Teresa Herrera assim
que o time foi campeão nacional.
O técnico Oswaldo de Oliveira
foi contra, e o grupo HMTF (que
esta coluna insistiu em chamar,
no domingo passado, de HTMF,
sabe Deus por quê) também nada
teve a ver com a inoportuna excursão corintiana.
No domingo, aliás, a bruxa andou solta na imprensa. O ""Diário
do Grande ABC" estampou em
primeira página, como se fosse
novidade, o contrato da CBF com
a Nike, publicado nesta Folha no
dia 31 de janeiro passado (!!!).
O pior é que na segunda-feira o
jornal continuou a tratar do tema
como se fosse exclusivo, ao (re)
publicar outras cláusulas do contrato -contrato que obteve das
mãos do deputado Aldo Rebelo,
que, por sinal, o conheceu por intermédio deste colunista.
Ainda bem que, no mesmo jornal e no mesmo domingo, Mino
Carta cobre o colunista de carinhos em seu artigo dominical.
Mas não é que também ele (o
que absolve todos nós, simples
mortais) se engana?
Em sua coluna, a propósito de
comentar que a imprensa esportiva brasileira jamais reconhece
méritos nos times que vencem a
nossa seleção, o que em regra é
verdade, Mino menciona que até
este humilde colunista teria escrito que ""o Brasil perdeu para si
mesmo diante do México".
Pois não perdeu -e nem nada
parecido com isso aqui foi escrito.
Ao contrário, foi dito que a derrota tinha sido previsível, entre
outras coisas, porque, modestamente, aqui foi prevista.
Em plena campanha dos clubes
brasileiros contra a pirataria de
que são vítimas, há uma novela
da Globo, ""Suave Veneno", que
tem um personagem, Renildo, que
é jogador do Flamengo e aparece
o tempo todo com uma camisa rubro-negra pirateada.
Depois que soube que Pelé estava chateado com ele por não ter
recebido nem um telefonema parabenizando-o pela escolha como
um dos personagens do século da
revista ""Time", FHC ligou -antes dele, Bill Clinton, Nelson Mandela, Mikhail Gorbatchov e Carlos
Menem, só para citar alguns, já tinham se manifestado.
FHC se desculpou da gafe com a
justificativa, aceita, de que os
tempos têm sido duros e convidou
Pelé para um café na semana que
vem. Quer que ele se integre ao esforço pela candidatura brasileira
à Copa-2006. A disposição de Pelé
é manter o não, menos pela idéia
em si, mas apenas por ser quem
são as pessoas que a tocam.
Juca Kfouri escreve aos domingos, às terças
e às sextas-feiras
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