São Paulo, domingo, 17 de setembro de 2000

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FUTURAMA
50% de "sorte" fez a pira olímpica subir

MARCELO DIEGO
ENVIADO ESPECIAL A SYDNEY

Pelo menos uma pessoa viveu momentos de terror durante a cerimônia de abertura dos Jogos.
Michael-Scott Mitchell foi o designer do projeto da pira de Sydney, que saiu de uma plataforma de água para ficar no topo do estádio Olímpico. "Havia 50% de chances de (o sistema) dar errado", admitiu.
A idéia surgiu em 1993, pelo diretor de cerimônias Ric Birch. Mitchell foi contratado para transformar o abstrato em concreto. Até quinta, não tinha certeza se funcionaria.
Ele concorda: os segundos de demora para que a plataforma da pira se deslocasse por 13 metros para o alto foram "angustiantes" e "anormais".
O problema foi no sistema de propulsão da pira, que precisou de uma força extra de energia para erguer a estrutura de oito toneladas e diâmetro de dez metros.
Passado o terror da estréia, Sydney ainda tem um grave problema de engenharia para resolver. As malas de atletas, turistas, cartolas e jornalistas podem ficar presas no aeroporto internacional da cidade.
Para chegar ou sair da Austrália, há duas companhias aéreas: Qantas e Ansett. Elas resolveram construir um novo terminal para recepção de bagagens para absorver o fluxo olímpico. O custo da brincadeira foi de R$ 2 milhões.
Para chegar aos aviões, os 150 caminhões transportadores de bagagem precisam passar por baixo de uma estrutura de concreto que mede 3 metros. Mas os caminhões, por padrões oficiais, medem 4,5 metros de altura.
O problema é sabido há 18 meses, mas solução ainda não existe. Na Olimpíada dos computadores, a calculadora fez falta.


EM FOCO
Na base da pira havia uma cápsula com um sistema de hidrogênio protegido, que permitiu que o fogo acendesse sobre a água.




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