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FUTEBOL
Brasil encanta Canberra, mas perde da Alemanha
RODRIGO BERTOLOTTO
ENVIADO ESPECIAL A CANBERRA
O Brasil ganhou a torcida, mas
não o jogo. Em Canberra, pela segunda rodada da competição na
Olimpíada de Sydney, a seleção
feminina de futebol perdeu por 2
a 1 para a Alemanha e agora terá
de enfrentar as anfitriãs para passar às semifinais.
Na madrugada de ontem, o Brasil teve o apoio da torcida local,
que gritava ""Let's go, Brazil" ou
""Come on, Brazil", mas não pode
esperar a mesma reação na próxima terça-feira jogando em
Sydney contra as donas da casa.
Com os três pontos obtidos na
estréia, na vitória sobre a Suécia
por 2 a 0, o Brasil está em segundo
lugar no grupo e precisa da vitória
na terça para garantir a vaga sem
depender do resultado do jogo
Alemanha x Suécia.
Ontem, as alemãs fizeram seus
gols no primeiro tempo, e o Brasil
só conseguiu diminuir a vantagem das européias na etapa final.
""Deu para sentir em campo os
gritos da arquibancada, e isso empurrou a gente no segundo tempo", afirmou a atacante Kátia Cilene, que teve atuação discreta.
""Contra a Austrália, vamos experimentar algo bem diferente",
completou a jogadora.
Para o técnico da equipe, Zé
Duarte, o clima da Vila Olímpica
vai ajudar a reanimar o time. ""Vamos sentir a Olimpíada agora,
porque estávamos muito longe."
Antes da passagem por Canberra, o Brasil estava em Melbourne,
onde derrotou as suecas.
A Alemanha conseguiu superar
um trauma com a vitória sobre o
Brasil, afinal, os últimos dois confrontos foram dois empates que
significaram a desclassificação na
Olimpíada-96 e no Mundial-99.
""Elas entraram mordidas. Usaram mais força do que o normal",
afirmou Kátia Cilene.
As respostas da técnica alemã,
Tina Theune-Meyer, após o jogo
mostram o quanto o Brasil estava
atravessado. ""Em Atlanta, vínhamos de muitas contusões. E, no
Mundial, as brasileiras foram
muito espertas. Desta vez, nós fomos mais espertas", disse.
Depois de uma chance para cada lado, a Alemanha abriu o placar aos 32min. Minnert escorou
uma bola, que a atacante Prinz
chutou forte, sem chance de defesa para a goleira Andréia.
O Brasil tentou com chutes de
longa distância ou em faltas, mas
falhava na pontaria, tanto com
Sissi como com Formiga - a goleira Rottenberg não fez uma defesa no primeiro tempo.
A Alemanha se postava com
quatro defensoras e cinco meias,
impossibilitando a penetração
das brasileiras, que davam dribles
e faziam jogadas de efeitos, ganhando o apoio da torcida, mas
sem efetividade.
Já o Brasil perdia seu desenho
tático em muitos momentos. Em
uma distração dessas, aos 41min,
surgiu o segundo gol alemão.
Após cobrança de lateral, Prinz
entrou na área e chutou cruzado.
Para o segundo tempo, a seleção
fez duas modificações, entrando
Nenê e Roseli. Apesar de o Brasil
ter melhorado seu jogo, a Alemanha seguiu dominando.
Aos 13min, Prinz mandou a bola na trave. Aos 16min, Wiegmann chutou rente à trave. Aos
21min, foi a vez de Grings finalizar
para fora por um triz.
Mas, aos 24min, a meia Raquel
entrou no lugar de Cidinha. Passados dois minutos, ela recebeu a
bola na entrada da área e chutou
no canto esquerdo de Rottenberg.
Na comemoração, chorou. ""Raquel tem um grande defeito. É
muito lenta, mas compensou hoje
chutando forte", disse o técnico.
O time se inflou com o gol e os
gritos da torcida. Até a juíza, a colombiana Martha Pardo, parecia
estar torcendo pelo Brasil, afinal,
não apontou várias faltas claras
sofridas pelas alemãs.
As européias tiveram mais três
chances de gol, todas desperdiçadas pela atacante Grings. Aos
47min, ela chutou para fora quando estava cara a cara com a goleira
brasileira.
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