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Comitê abocanha 40% da verba federal e ainda garante R$ 7,5 milhões para instituto olímpico
Em ano pré-olímpico, COB infla sua parte da Lei Piva
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Como um atleta cuja meta é superar seus próprios recordes, o
Comitê Olímpico Brasileiro tenta
bater os seus. E ontem conseguiu.
Além de abocanhar 40% do fundo
para o esporte olímpico -em
2002 foram 31,5%-, poderá usar
metade dos cerca de R$ 15 milhões que seriam destinados ao
esporte escolar e universitário para criar um instituto olímpico.
A criação do instituto era um
sonho antigo de Carlos Arthur
Nuzman. Para o presidente do
COB, o país precisa de um órgão
que possa formar e capacitar profissionais para o esporte.
"Faremos cursos de especialização como capacitação técnica para as mais diferentes modalidades, jornalismo esportivo, psicologia do esporte, medicina e marketing esportivos e gestão administrativa", afirmou ontem, ao
anunciar a nova distribuição de
verbas dos recursos da Lei Piva.
"É importante que os profissionais tenham uma formação especializada para capacitar o desenvolvimento do esporte no país."
Em abril, o Tribunal de Contas
da União deu autorização para o
COB usar os R$ 15 milhões, reclamados pelas entidades representativas dos esportes escolar e universitário e parados numa conta
de poupança desde 2001, mas fez
uma ressalva. A aplicação só poderia ser feita no desporto educacional, que, de acordo com a Lei
Pelé, "é aquele praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação".
O ministro do Esporte, Agnelo
Queiroz, então, por meio de uma
portaria, formou uma comissão
para estudar o caso e formular
uma minuta de decreto presidencial para regulamentar o uso dos
recursos das loterias.
Segundo o ministério, a minuta
do decreto está pronta, será encaminhada hoje ou segunda à Presidência da República e, com ela,
Nuzman teve o aval para usar metade da verba para criar o instituto
olímpico. A outra metade será
usada em competições do ministério, como os Jogos da Juventude
e os Estudantis, que deverão ser
organizados pelo COB.
Para 2004, a previsão do COB é
que a Lei Piva -2% dos recursos
da loterias federais vão para o esporte olímpico e paraolímpico-
proporcione R$ 48 milhões.
Do total, R$ 3,6 milhões iriam
para o instituto olímpico e R$ 3,6
milhões para o esporte escolar e
universitário, cabendo para o
COB distribuir os restantes R$
40,8 milhões.
Para manter suas atividades e
preparar o Brasil para a Olimpíada, o comitê ficará com 30% -R$
12,24 milhões. Deixará, a seus cuidados, 10% -R$ 4,08 milhões-
num fundo de reservas e distribuirá 60% entre as confederações.
Em 2002, ao prestar contas da
utilização da verba da Lei Piva, o
COB usara 31,5% do fundo para
manter suas atividades e formar
uma reserva própria.
Para a Olimpíada de Atenas, das
28 confederações auxiliadas pelo
COB, seis ganharão mais recursos
do que vinham recebendo, entre
elas a de ginástica e a de handebol,
que se saíram bem no Pan-2003.
Já outras seis perderão verbas em
relação ao ano passado, entre as
quais hipismo e levantamento de
peso.
(SÉRGIO RANGEL, ADALBERTO LEISTER FILHO, GUILHERME ROSEGUINI E
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)
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