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São Paulo, sexta-feira, 17 de outubro de 2003

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Comitê abocanha 40% da verba federal e ainda garante R$ 7,5 milhões para instituto olímpico

Em ano pré-olímpico, COB infla sua parte da Lei Piva

DA SUCURSAL DO RIO

DA REPORTAGEM LOCAL

Como um atleta cuja meta é superar seus próprios recordes, o Comitê Olímpico Brasileiro tenta bater os seus. E ontem conseguiu. Além de abocanhar 40% do fundo para o esporte olímpico -em 2002 foram 31,5%-, poderá usar metade dos cerca de R$ 15 milhões que seriam destinados ao esporte escolar e universitário para criar um instituto olímpico.
A criação do instituto era um sonho antigo de Carlos Arthur Nuzman. Para o presidente do COB, o país precisa de um órgão que possa formar e capacitar profissionais para o esporte.
"Faremos cursos de especialização como capacitação técnica para as mais diferentes modalidades, jornalismo esportivo, psicologia do esporte, medicina e marketing esportivos e gestão administrativa", afirmou ontem, ao anunciar a nova distribuição de verbas dos recursos da Lei Piva.
"É importante que os profissionais tenham uma formação especializada para capacitar o desenvolvimento do esporte no país."
Em abril, o Tribunal de Contas da União deu autorização para o COB usar os R$ 15 milhões, reclamados pelas entidades representativas dos esportes escolar e universitário e parados numa conta de poupança desde 2001, mas fez uma ressalva. A aplicação só poderia ser feita no desporto educacional, que, de acordo com a Lei Pelé, "é aquele praticado nos sistemas de ensino e em formas assistemáticas de educação".
O ministro do Esporte, Agnelo Queiroz, então, por meio de uma portaria, formou uma comissão para estudar o caso e formular uma minuta de decreto presidencial para regulamentar o uso dos recursos das loterias.
Segundo o ministério, a minuta do decreto está pronta, será encaminhada hoje ou segunda à Presidência da República e, com ela, Nuzman teve o aval para usar metade da verba para criar o instituto olímpico. A outra metade será usada em competições do ministério, como os Jogos da Juventude e os Estudantis, que deverão ser organizados pelo COB.
Para 2004, a previsão do COB é que a Lei Piva -2% dos recursos da loterias federais vão para o esporte olímpico e paraolímpico- proporcione R$ 48 milhões.
Do total, R$ 3,6 milhões iriam para o instituto olímpico e R$ 3,6 milhões para o esporte escolar e universitário, cabendo para o COB distribuir os restantes R$ 40,8 milhões.
Para manter suas atividades e preparar o Brasil para a Olimpíada, o comitê ficará com 30% -R$ 12,24 milhões. Deixará, a seus cuidados, 10% -R$ 4,08 milhões- num fundo de reservas e distribuirá 60% entre as confederações.
Em 2002, ao prestar contas da utilização da verba da Lei Piva, o COB usara 31,5% do fundo para manter suas atividades e formar uma reserva própria.
Para a Olimpíada de Atenas, das 28 confederações auxiliadas pelo COB, seis ganharão mais recursos do que vinham recebendo, entre elas a de ginástica e a de handebol, que se saíram bem no Pan-2003. Já outras seis perderão verbas em relação ao ano passado, entre as quais hipismo e levantamento de peso. (SÉRGIO RANGEL, ADALBERTO LEISTER FILHO, GUILHERME ROSEGUINI E JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO)

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