PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Com três garotos na frente, o Palmeiras tem o ataque mais produtivo entre os 48 times inscritos nas duas principais divisões do Campeonato Brasileiro em 2003.
O meia Diego Souza, 19, e os atacantes Vágner, 19, e Edmílson, 21, são os principais responsáveis pelo desempenho ofensivo avassalador do time do Parque Antarctica.
Nos 26 jogos que fez na Série B, o clube balançou a rede 62 vezes, média de 2,38 a cada partida. Na segunda fase, em que lidera seu grupo, o desempenho ofensivo é ainda melhor -média de 2,67 gols por confronto disputado.
Tanto em termos históricos quanto atuais essas marcas fazem bonito. Outro grande que luta para voltar à elite, o Botafogo marca 2,08 gols por partida. Na primeira divisão, o Cruzeiro tem o ataque mais positivo, com média de 2,14 tentos por jogo. Enquanto esteve na elite, o Palmeiras só teve uma artilharia mais pesada do que agora em 1979 (quando realizou, no entanto, apenas cinco jogos).
Para ter número tão brilhante, o time comandado por Jair Picerni necessita de seus três garotos. Juntos, Diego Souza, Vágner e Edmílson marcaram 32 gols, ou mais da metade da equipe, que só deslanchou quando formou o trio, forjado nas categorias de base do próprio clube.
Os palmeirenses brilham no ataque em um campeonato em que veteranos disputam a artilharia. Com 15 gols, Vágner tem como principais concorrentes ao topo da lista de goleadores dois atletas bastante rodados.
Valdomiro, do Remo, completa 30 anos no próximo mês e já acumula 16 gols. Kuki, do Náutico, tem 15 gols como o atacante palmeirense, mas tem 13 anos a mais.
"Eu prefiro ser campeão do que ser artilheiro. Se eu pudesse trocar um pelo outro, ficaria com o título, lógico", diz Vágner, mostrando mais preocupação com o acesso do que com o feito pessoal.
Na segunda fase, ele confirma seu discurso: contra o Santa Cruz, na estréia, deu passe preciso para Edmílson (autor de dez gols na segunda divisão até agora) marcar.
"Estou em uma boa fase e tenho que aproveitar", diz Edmílson, que junto com Vágner comemora quando balança as redes com coreografias previamente ensaiadas nos treinamentos.
Cada vez mais perto de voltar à elite, o Palmeiras tem um trio ofensivo em que nada lembra o que começou a Série B, em abril.
Diego Souza, Vágner e Edmílson formam uma turma com média de 19,6 anos. Já Zinho, Muñoz e Thiago Gentil, que iniciaram o jogo de estréia da equipe, contra o Brasiliense, tinham média de 28 anos naquela ocasião.
Depois de se desentender com Jair Picerni, Zinho pediu a rescisão de seu contrato e foi para o Cruzeiro. Em baixa com a torcida, o colombiano Muñoz e Thiago Gentil foram para a reserva.
Com a boa fase de seus garotos, o Palmeiras pode sacramentar sua classificação para o último quadrangular da Série B amanhã.
Vencendo, irá avançar sem depender de nenhum outro resultado. Mesmo se falhar e perder, a equipe terá ainda mais dois jogos para passar à próxima fase.

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