|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Suspeitos fiscalizam Copa-2014
Deputados que respondem a sindicância na Câmara são membros de comitê de acompanhamento
Parlamentar com nome ligado a operação da Polícia Federal diz que jamais pediu para integrar grupo e que já requisitou o desligamento
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Suspeito de ter praticado crimes de fraude a licitações e colaborado para desviar verbas
públicas, o deputado João Magalhães (PMDB-MG) integra a
"Subcomissão Permanente para fiscalização e controle dos
Recursos Públicos Federais
destinados à Copa de 2014".
Em 2008, na Operação João
de Barro, a Polícia Federal e o
Ministério Público revelaram
esquema de desvio de verbas
destinadas a obras de infraestrutura, principalmente previstas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), uma
das prioridades do governo.
Magalhães seria, conforme a
investigação, um dos principais
beneficiários do esquema. Hoje
responde a inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) e que tem como foco apurar fraude a licitações.
Entre as atribuições da comissão está: "Visitar, entre as
primeiras cidades, o Rio, tendo
em vista ser a cidade candidata
a sediar o último jogo do evento, no estádio do Maracanã, cujas obras estão estimadas em
torno de R$ 400 milhões".
A operação foi deflagrada em
20 de junho de 2008, dia em
que a PF cumpriu 231 mandados de busca e apreensão e outros 38 de prisão em Minas, São
Paulo, Goiás, Tocantins, Rio,
Espírito Santo, Rio Grande do
Norte e Distrito Federal.
Também integrante da comissão da Copa-14, o deputado
Ademir Camilo (PDT-MG) teve seu nome envolvido inicialmente na João de Barro. Mas
seu caso foi arquivado no STF a
pedido do Ministério Público.
Desde então, Magalhães e
Camilo respondem à sindicância da Câmara decorrente do
episódio. É o primeiro passo
para um eventual processo a
ser encaminhado à apreciação
da Mesa Diretora, à qual cabe
decidir se devem ou não ser
submetidos ao julgamento do
Conselho de Ética da Casa.
Em nome de Camilo, o advogado Aldo Costa disse que seu
cliente já comprovou não ter
nenhuma participação nos fatos investigados, do que decorreu o arquivamento da parte
que lhe dizia respeito.
Magalhães afirmou que já
apresentou sua defesa ao STF,
na qual, afirma, demonstra sua
completa inocência. Ele também declarou nunca ter pedido
para fazer parte da subcomissão da Copa-14, que foi escolhido pelo presidente, deputado
Silvio Torres (PSDB-SP), e que
nunca participou de nenhuma
reunião do grupo. "Logo que
soube que tinham me incluído,
liguei e pedi que me tirassem.
Hoje [após contato da Folha],
fiz isso novamente", disse.
Texto Anterior: Motor - Fábio Seixas: Uma lição Próximo Texto: Governo lança licitação para a Fonte Nova Índice
|