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Novo número 1, Hewitt é o oposto do brasileiro
DO ENVIADO A SYDNEY
Sai o bom moço que é o melhor
disparado no saibro e entra o
"bad boy" que consegue jogar
bem em todos os pisos do tênis.
Tanto dentro quanto fora da
quadra, um oceano separa Gustavo Kuerten de Lleyton Hewitt.
No lugar de um tenista que evita
polêmicas e é habitual concorrente aos prêmios oferecidos pela
ATP por espírito esportivo, ocupa
agora a condição de melhor jogador da atualidade um recordista
de multas por mau comportamento e o protagonista da maior
confusão do tênis em 2001.
Com a mesma velocidade que
aniquilou recordes e se tornou o
mais jovem número um da história ao final de um ano, Hewitt se
envolveu em episódios que o tornam um dos jogadores mais odiados do circuito profissional.
O principal deles ocorreu justamente na sua maior conquista até
hoje -a última edição do Aberto
dos EUA. Durante um jogo com o
americano James Blake, reclamou
da arbitragem fazendo insinuações racistas -Blake é negro.
Por essas e outras, foi multado
quatro vezes apenas em 2001 pela
ATP, que tirou assim do seu bolso
quase US$ 50 mil.
Até no seu próprio país Hewitt
já enfrentou a ira dos fãs. Em
2000, durante o Torneio de Adelaide, chamou os torcedores locais de estúpidos por apoiarem
um de seus adversários.
Dentro da quadra, as diferenças
entre o australiano e o brasileiro
também são grandes. Com exceção da preferência por jogar a
maioria do tempo no fundo da
quadra, Hewitt e Kuerten são jogadores de estilos distintos.
Sem um saque ou golpes potentes, o primeiro usa seu bom preparo físico e velocidade para correr muito e devolver praticamente
todas as bolas. Já Guga se projetou
com seu forte serviço e com suas
"mortais" esquerdas.
Mais versátil, Hewitt acaba o
ano no topo do ranking com bons
resultados espalhados por praticamente todas as superfícies e outras condições do tênis.
O australiano foi campeão na
quadra dura, na grama e disputou
semifinais em torneios "indoors".
No saibro, foi às semifinais do
Masters Series de Hamburgo e às
quartas em Roland Garros.
Além disso, no piso preferido de
Guga, foi o responsável por uma
das derrotas mais dolorosas da
carreira do brasileiro.
No único confronto entre os
dois na temporada, o australiano
foi até Florianópolis, a terra de
Kuerten, para vencê-lo e ser o
grande protagonista pela vitória
de seu país em confronto da segunda rodada da Copa Davis.
Já o pupilo de Larri Passos não
conseguiu se destacar em tantas
condições diferentes como o australiano. Depois de brilhar na
temporada de saibro, onde conquistou cinco de seus seis títulos
na temporada, preferiu não disputar Wimbledon, fez boa campanha na sessão de quadras duras
dos EUA e acabou o ano com desempenho medíocre nas competições em quadras cobertas
-venceu apenas um dos oito jogos disputados.
(PC)
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