FERNANDO MELLO
DO PAINEL FC

Em sua primeira entrevista após o pedido de revisão do contrato feito pelos conselheiros corintianos, o executivo Kia Joorabchian disse à Folha que aceita as quatro cláusulas que separam a MSI de assinar parceria de dez anos com o time mais popular do Estado.
"Não faço oposição a nenhuma das cláusulas. Se o texto do contrato tiver a mesma essência do apresentado pelo Corinthians, a MSI aceita", afirmou Kia.
A declaração é a primeira sinalização da MSI, desde que o Corinthians exigiu as modificações, no último dia 5, de que a parceria deve mesmo sair. Durante toda a semana que passou, advogados da MSI e do Corinthians estiveram reunidos para acertar as mudanças pedidas pelo Conselho de Orientação (Cori) e pelo Conselho Deliberativo do clube.
Em reunião realizada há duas sextas, os conselheiros fizeram quatro exigências:
1) a criação de uma empresa de licenciamentos que não teria participação societária do Corinthians para gerir o futebol;
2) a nomeação da cidade de São Paulo como foro para discutir questões judiciais;
3) a divulgação para o Corinthians do "know your client", documento que revela a quem pertence o dinheiro investido;
4) a obtenção, pela MSI, de cartas de crédito de um banco de primeira linha da Europa.
O executivo só não declara oficialmente que o negócio está fechado porque teme que os conselheiros contrários à parceria peçam novas exigências ou que advogados corintianos redijam as cláusulas de forma diferente da que foi apresentada pelo Cori.
O "sim" da MSI deve frustrar as expectativas dos que se opuseram à parceria, casos do vice Antonio Roque Citadini e de Romeu Tuma Jr. Eles apostavam que a MSI não aceitaria as imposições. O deputado estadual já anunciou que tentará brecar o acordo na Justiça ou no Conselho mesmo que Kia aceite formalmente as alterações.
O contrato final deve estar pronto entre hoje e amanhã. Em seguida, será assinado por Kia Joorabchian e Alberto Dualib.
Segundo o presidente corintiano, a parceria estará fechada assim que os dois assinarem o contrato. Dualib exibiu à Folha documento firmado pela cúpula do Cori que considera o acordo selado se a MSI aceitar as alterações.
"O que as pessoas não querem entender é que a parceria foi aprovada [no dia 5] com quatro alterações. Com o Kia aceitando as mudanças, o assunto está encerrado", declarou Dualib.
Pela lei corintiana, o Cori é o órgão que dá ao presidente poder para assinar parcerias. O cartola entende que o aval já foi dado.
Com o contrato assinado, ele terá que ser referendado pelo Conselho Deliberativo para entrar em vigor. O estatuto não permite ao órgão propor novas emendas.


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