São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Agressiva, Alemanha usa vermelho

RODRIGO BUENO
DA REPORTAGEM LOCAL

A mais vitoriosa seleção de futebol depois do Brasil não virou casaca, mas a pintou de vermelho.
A tradicional camisa branca da Alemanha dará vez, pelo menos hoje, a um uniforme vermelho. O motivo disso? Agressividade.
O técnico Jürgen Klinsmann, que assumiu a equipe de seu país há cerca de três meses, quer modificar o estilo do time, torná-lo mais ofensivo. E acha que o vermelho combina mais com uma postura ousada em campo.
""Estamos colocando o futebol ofensivo como nosso estilo. Isso pode ser simbolizado pelas novas camisas vermelhas, pois a cor remete a uma certa agressividade", afirmou Oliver Bierhoff, que compõe a comissão técnica dos tricampeões mundiais e europeus.
O novo colorido alemão poderá ser visto hoje no amistoso em Leipzig com Camarões. Curiosamente, a seleção africana tentou revoluções recentes em seu uniforme (camisa sem manga e macacão), sendo brecada pela Fifa.
Os alemães usavam tradicionalmente em seu segundo uniforme o verde, cor da federação do país.
No jogo de hoje, além das camisas vermelhas, a Alemanha deve vestir calções brancos -normalmente utiliza calções negros.
A Alemanha será sede da próxima Copa, em 2006, e o time nacional sente pressão por ótimos resultados. Em 2002, sem grandes ambições, os alemães foram à final -perderam do Brasil. Agora, esperam pelo tetra em Berlim.
Na Eurocopa deste ano, em Portugal, a equipe alemã, dirigida então pelo técnico Rudi Völler, fracassou e caiu na primeira fase.
Tanto Völler como Klinsmann são ex-atacantes, o que aponta para um desejo de maior ofensividade no estilo da equipe, conhecida ao longo dos tempos mais pela força física e pela aplicação tática.
Após o triunfo da Grécia, que venceu a Eurocopa com um futebol calcado na defesa, algumas seleções européias apostaram ainda mais na vocação ofensiva. A Holanda, por exemplo, contratou Van Basten, e no contrato entre o ex-atacante e a federação holandesa consta como exigência levar uma equipe ofensiva a campo.
Klinsmann conseguiu até agora duas vitórias e um empate à frente da Alemanha. Bateu a Áustria por 3 a 1 e o Irã por 2 a 0. Diante do Brasil, ficou no 1 a 1 em casa.
O treinador levou para a seleção antigos companheiros, como Bierhoff, outro ex-atacante. Suas inovações não foram reprovadas até agora pela federação alemã.
Ele dispensou o lendário Sepp Maier (goleiro campeão mundial em 1974) da comissão técnica por esse ter sido solidário com Kahn, arqueiro que tem perdido espaço no time titular alemão. Koepke, outro amigo de Klinsmann, prepara hoje os goleiros da seleção.
Kahn não é mais capitão do time -foi eleito pela Fifa o melhor jogador da Copa passada- e concorre com Lehmann, do Arsenal, e Hildebrand, do Stuttgart. O titular hoje será Lehmann.
Na gestão de Klinsmann, um dos atletas que mais ascenderam foi o brasileiro Kuranyi, atacante que tem nacionalidades panamenha e alemã -ele foi o autor do gol contra o Brasil. O técnico tem apostado em novos nomes, como Huth (Chelsea), Hitzlsperger (Aston Villa) e Volz (Fulham).


Com agências internacionais

Texto Anterior: Futebol - Tostão: Boa e má desculpa
Próximo Texto: Memória: Após derrota em 1950, Brasil deu sua "amarelada"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.