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quase
Brasil cai de virada, e prata repete 94
Invicta com Zé Roberto desde 2004, seleção feminina perde da Rússia no tie-break da decisão do Mundial de vôlei
Seleção fica a dois pontos
de fechar, mas, como nos Jogos de Atenas, permite reação e sacramenta equipe russa como sua maior algoz
MARIANA LAJOLO
DA REPORTAGEM LOCAL
O sentimento era ambíguo ao
fim da partida em Osaka.
A medalha de prata no pescoço das atletas simbolizava a volta do país ao topo do Mundial
de vôlei. Desde 1994, primeira e
única vez, um time feminino
não subia ao pódio do torneio.
Mas, para uma seleção que
construiu invicta seu caminho
à final e desde 2004 só acumulava vitórias, a prata era pouco.
O time do técnico José Roberto Guimarães novamente
parou diante da Rússia. O Brasil chegou a estar a dois pontos
de fechar o jogo, mas permitiu a
virada de sua maior rival: 15/25,
25/23, 25/18, 20/25 e 15/13.
Apesar de ser o sexto título, a
conquista no Japão também
representa um feito para as européias. A equipe desde 1990
não conquistava o Mundial.
A forma como aconteceu a
derrota na madrugada de ontem lembrou, e muito, a Olimpíada de Atenas. Na semifinal,
diante da mesma Rússia, o Brasil desperdiçou quatro chances
de fechar o jogo e sucumbiu.
Após ficar em quarto lugar,
Zé Roberto iniciou uma reformulação. Veteranas perderam
espaço, e o técnico resgatou
atletas que estiveram no Mundial-2002, quando, em crise, o
time amargou o sétimo posto.
Desde então, só vitórias.
E, neste Mundial, as apostas
se confirmaram. Os destaques
foram a oposto Sheilla e a ponta
Jaqueline, quase impecáveis.
Fabiana se firmou no meio-de-rede, e Fabi, como líbero.
"É a primeira vez que perdemos uma final. Agora é levantar
a cabeça e aprender com o que
aconteceu. É uma pena, o grupo
merecia", disse Fofão, 36, única
remanescente do time medalha
de prata em São Paulo, que contava com Ana Moser, Fernanda
Venturini e Bernardinho.
Como naquela época -Ana
Moser, por exemplo, tinha 24
anos-, a equipe atual também
é jovem. A diferença é que a seleção de 1994 ainda não havia
obtido títulos expressivos.
Apesar da derrota na final, Zé
Roberto disse ter ficado satisfeito com o desempenho de
suas jogadoras. Ainda vê Pequim-2008 como seu principal
alvo. Por isso, sua primeira
preocupação agora é como recuperar o astral do elenco.
"Precisamos de muita força
para manter o grupo assim,
coeso, alegre, no qual as jogadoras sempre incentivam umas às
outras", afirmou o treinador.
"Atingimos quase todos os objetivos traçados e precisamos
acreditar cada vez mais nos
nossos sonhos", completou.
No Mundial, a equipe deu
grandes sinais de maturidade.
Primeiro para superar as lesões
de Fofão, Fabiana e Sassá, desfalques constantes. Depois, nas
vitórias sobre a Rússia e a China, de virada, que colocaram o
país em situação confortável.
Ontem, porém, as jogadoras
voltaram a cometer vacilos.
"Tentamos, fizemos tudo o
que foi possível. Lutamos até o
final, nos afobamos e elas tiveram seus méritos. Não foi desta
vez", disse a oposto Sheilla.
BRASIL - Fofão (3 pontos), Sheilla (22), Walewska (5), Fabiana (16), Jaqueline (19), Sassá
(4), Fabi; Carol, Renatinha (3), Mari (9), Carol
Gattaz;
RÚSSIA - Akulova (4), Gamova (28),
Merkulova (9), Borodakova (3), Godina (13), Sokolova (19), Kryuchkova; Safronova (1), Bruntseva, Kulikova, Sheshenina.
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