São Paulo, sexta-feira, 17 de novembro de 2006

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Sorridente, Sheilla destoa após derrota

DÉBORA YURI
EM OSAKA

Rússia 14 a 13 no tie-break. Sokolova saca. O Brasil se atrapalha no passe. As russas conquistam o Mundial.
A ponta Jaqueline, bloqueada quando o placar apontava 13 a 13, desaba na quadra. Algumas colegas a levantam e a amparam até a rede para o tradicional cumprimento às adversárias.
Enquanto isso, Fabiana, Walewska, Sassá e Paula Pequeno correm de cara fechada para o vestiário. Ainda aos prantos, Jaqueline sai praticamente carregada por um membro da organização.
Zé Roberto dá entrevista com os olhos cheios d'água, e a libero Fabi é um aguaceiro só. Foi resgatada na quadra por uma sorridente Sheilla.
Porque nem tudo eram lágrimas verde-amarelas depois da derrota na decisão.
Sheilla abria largos sorrisos na zona mista. O que ocorreu com o time quando o placar estava 13 a 11 para o Brasil no tie-break? Pane emocional? Nervosismo?
"Acho que foi vontade demais de fazer o ponto. Faltou um pouco de concentração no final", resumiu a oposto.
Sua colega Jaqueline, que como Sheilla falhou no final, saiu arrasada. "A Jaque é mais emotiva, e não foi por causa daquele bloqueio nela que perdemos. Eu não estou chorando não sei por quê", completou Sheilla. Um jornalista estrangeiro comenta, surpreso, que ela não estava "nem um pouco abalada".
A oposto reserva Renatinha também não demonstrava comoção com a perda do inédito título. Perguntava para alguém da torcida: "A que horas vai ser? Quando? Eu não sei...".
Mari, símbolo do trauma da Olimpíada de Atenas, em 2004 -também uma derrota, também contra as russas, também de virada, na semifinal-, não chorou desta vez. Limitou-se a dizer: "Daqui a pouco eu falo com vocês".
Pouco antes, saíram direto em direção ao vestiário Carol Gattaz, Carol e Fofão. Todas mudas, com lágrimas escorrendo. A capitã da seleção brasileira era a mais arrasada. Parecia não acreditar que a medalha de ouro escapara.
Ali ao lado, Ekaterina Gamova dava "500 mil" entrevistas, toda enrolada numa bandeira russa. E Sokolova? Essa também deixou a quadra com os olhos vermelhos. Mas de felicidade.


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