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Sorridente, Sheilla destoa após derrota
DÉBORA YURI
EM OSAKA
Rússia 14 a 13 no tie-break.
Sokolova saca. O Brasil se
atrapalha no passe. As russas
conquistam o Mundial.
A ponta Jaqueline, bloqueada quando o placar
apontava 13 a 13, desaba na
quadra. Algumas colegas a levantam e a amparam até a rede para o tradicional cumprimento às adversárias.
Enquanto isso, Fabiana,
Walewska, Sassá e Paula Pequeno correm de cara fechada para o vestiário. Ainda aos
prantos, Jaqueline sai praticamente carregada por um
membro da organização.
Zé Roberto dá entrevista
com os olhos cheios d'água, e
a libero Fabi é um aguaceiro
só. Foi resgatada na quadra
por uma sorridente Sheilla.
Porque nem tudo eram lágrimas verde-amarelas depois da derrota na decisão.
Sheilla abria largos sorrisos na zona mista. O que
ocorreu com o time quando o
placar estava 13 a 11 para o
Brasil no tie-break? Pane
emocional? Nervosismo?
"Acho que foi vontade demais de fazer o ponto. Faltou
um pouco de concentração
no final", resumiu a oposto.
Sua colega Jaqueline, que
como Sheilla falhou no final,
saiu arrasada. "A Jaque é
mais emotiva, e não foi por
causa daquele bloqueio nela
que perdemos. Eu não estou
chorando não sei por quê",
completou Sheilla. Um jornalista estrangeiro comenta,
surpreso, que ela não estava
"nem um pouco abalada".
A oposto reserva Renatinha também não demonstrava comoção com a perda
do inédito título. Perguntava
para alguém da torcida: "A
que horas vai ser? Quando?
Eu não sei...".
Mari, símbolo do trauma
da Olimpíada de Atenas, em
2004 -também uma derrota, também contra as russas,
também de virada, na semifinal-, não chorou desta vez.
Limitou-se a dizer: "Daqui a
pouco eu falo com vocês".
Pouco antes, saíram direto
em direção ao vestiário Carol
Gattaz, Carol e Fofão. Todas
mudas, com lágrimas escorrendo. A capitã da seleção
brasileira era a mais arrasada. Parecia não acreditar que
a medalha de ouro escapara.
Ali ao lado, Ekaterina Gamova dava "500 mil" entrevistas, toda enrolada numa
bandeira russa. E Sokolova?
Essa também deixou a quadra com os olhos vermelhos.
Mas de felicidade.
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