São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2010
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TOSTÃO Os zé-regrinhas
COMO GOSTA DE dizer Mauro Cezar Pereira, brilhante comentarista da ESPN Brasil, houve no fim de semana mais dois pênaltis à brasileira, a favor do Corinthians e do Fluminense, que não deveriam ser pênalti no Brasil, na Europa nem em nenhum lugar do mundo. Esses erros acontecem toda rodada, a favor e contra todos os clubes. Cada vez mais os jogos no Brasil são decididos pelos árbitros. Pênalti é tão decisivo que só deveria ser marcado quando fosse claro. Dizer que falta fora e dentro da área são a mesma coisa, porque a regra não faz essa distinção, é uma visão operatória e ingênua. Foi mais um pênalti virtual. No momento do lance, raríssimas pessoas acharam que foi pênalti. Depois de assistir à jogada mil vezes, comentaristas, ex-árbitros ou não, e seus milhões de seguidores passaram a valorizar o que não tem nenhuma importância. A câmera lenta, nesses casos, atrapalha mais do que ajuda. Querem transportar a regra para o lance. É o contrário. Temos de observar primeiro e, depois, confirmar se o que vimos está na regra. Seria como um médico diagnosticar a doença pelo que leu, e não pelo que viu. As pessoas estão perdendo a capacidade de observar. São os zé-regrinhas. Adoram regras, que decidem para eles. Mudo de assunto. Hoje, no amistoso contra a Argentina, Mano Menezes deve manter o esquema com quatro defensores, dois volantes, três meias (Robinho, pela direita, Ronaldinho, pelo centro, e Neymar, pela esquerda) e mais um centroavante (André). Quando o time perder a bola, Robinho e Neymar voltam até o próprio campo para fazer com os volantes uma linha, torta, de marcação. Ronaldinho jogará livre. Outra possibilidade é entrar mais um jogador no meio de campo, Elias, e sair Neymar ou André. Pensando na renovação e na Copa de 2014, não entendi a convocação de Ronaldinho, hoje reserva no Milan. Se for para melhorar a qualidade para este jogo, outros jogadores, como Lúcio e Roberto Carlos, deveriam ter sido chamados, já que são ainda os melhores de suas posições. Desde 1982, com Falcão, o Brasil não tem um craque no meio-campo. Teve e tem bons jogadores. O principal motivo disso é que os técnicos, já nas categorias de base, colocam os armadores mais talentosos para jogar como meias ofensivos. Procura-se, com urgência, com poucas chances de achar nos próximos anos, um fora de série no meio-campo. Quem descobri-lo terá a eterna gratidão dos que gostam de futebol bonito e eficiente. Texto Anterior: Ataque inédito marca mudança tática na equipe Próximo Texto: Respaldo separa técnicos de rivais Índice | Comunicar Erros |
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