São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2010

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Respaldo separa técnicos de rivais

SELEÇÃO
Enquanto Sergio Batista é bombardeado em seu país, Mano ainda não ouviu críticas à sua atuação


DO ENVIADO A DOHA

Mano Menezes e Sergio Batista assumiram as seleções de Brasil e Argentina com missões parecidas.
Os dois técnicos, que se enfrentam pela primeira vez hoje, em Doha, receberam a missão de reformar as duas potências do futebol mundial depois do fracasso de ambas na Copa-2010.
A partida de hoje vai dar pistas de quem está mais perto de cumprir o objetivo.
Por enquanto, só é possível enxergar a diferença no tamanho do respaldo que cada técnico tem em seu país.
Mano não foi a primeira opção para substituir Dunga -Muricy Ramalho e Luiz Felipe Scolari estavam à frente no desejo da CBF.
Mas, uma vez confirmado no posto, o ex-técnico do Corinthians não ouviu uma contestação sequer, principalmente em seu meio.
Sergio Batista nunca teve concorrentes sérios para substituir Diego Maradona no comando da seleção argentina. Sua efetivação no cargo, no entanto, fez levantar vozes fortes, sobretudo entre seus pares.
A mais forte delas do própria Maradona, que não queria deixar o posto.
"Ele diz que faz Messi mais feliz. Por quê? Se veste de palhaço?", disparou Diego. "Dói, porque eu o respeito, mas ele deve saber porque diz isso", devolveu, elegante, Batista, companheiro de Maradona na Copa de 1986.
Além do próprio Maradona, que também o ironizou ("Batista não é conhecido nem no Uruguai"), houve reclamações dos amigos do ex-jogador, que não são poucos e nem são tímidos.
"Retrocedemos dez anos com a saída de Maradona", disse ao diário "Olé" Héctor Henrique, auxiliar de Maradona na Copa de 2010.
Sergio Batista, 48, mesma idade de Mano Menezes, foi técnico das seleções de base da Argentina nos últimos três anos. Ganhou a medalha de ouro na Olimpíada de Pequim-2008 -na semifinal, com Messi, eliminou o Brasil de Dunga, com Ronaldinho.
Após a Copa do Mundo, dirigiu interinamente a Argentina em amistosos contra Irlanda, Espanha e Japão. Foi efetivado há duas semanas, sem nunca ter dirigido um grande clube argentino.
"Ele se dá bem com todos os jogadores, e isso é fundamental", disse Humberto Grondona, diretor de seleções e filho do presidente da AFA, Julio Grondona.
A declaração do cartola provocou ainda mais críticas contra Batista. Gustavo Alfaro, técnico do Arsenal, disse que havia ao menos seis técnicos mais capazes do que Batista para assumir a seleção -entre eles Marcelo Bielsa e Carlos Bianchi.
Nenhum deles foi procurado pela AFA, que sempre viu Sergio Batista como o substituto natural de Maradona. (MARTÍN FERNANDEZ)


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