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Respaldo separa técnicos de rivais
SELEÇÃO
Enquanto Sergio Batista é bombardeado em seu país, Mano ainda não ouviu críticas à sua atuação
DO ENVIADO A DOHA
Mano Menezes e Sergio
Batista assumiram as seleções de Brasil e Argentina
com missões parecidas.
Os dois técnicos, que se
enfrentam pela primeira vez
hoje, em Doha, receberam a
missão de reformar as duas
potências do futebol mundial depois do fracasso de
ambas na Copa-2010.
A partida de hoje vai dar
pistas de quem está mais perto de cumprir o objetivo.
Por enquanto, só é possível enxergar a diferença no
tamanho do respaldo que cada técnico tem em seu país.
Mano não foi a primeira
opção para substituir Dunga
-Muricy Ramalho e Luiz Felipe Scolari estavam à frente
no desejo da CBF.
Mas, uma vez confirmado
no posto, o ex-técnico do Corinthians não ouviu uma
contestação sequer, principalmente em seu meio.
Sergio Batista nunca teve
concorrentes sérios para
substituir Diego Maradona
no comando da seleção argentina. Sua efetivação no
cargo, no entanto, fez levantar vozes fortes, sobretudo
entre seus pares.
A mais forte delas do própria Maradona, que não queria deixar o posto.
"Ele diz que faz Messi mais
feliz. Por quê? Se veste de palhaço?", disparou Diego.
"Dói, porque eu o respeito,
mas ele deve saber porque
diz isso", devolveu, elegante,
Batista, companheiro de Maradona na Copa de 1986.
Além do próprio Maradona, que também o ironizou
("Batista não é conhecido
nem no Uruguai"), houve reclamações dos amigos do ex-jogador, que não são poucos
e nem são tímidos.
"Retrocedemos dez anos
com a saída de Maradona",
disse ao diário "Olé" Héctor
Henrique, auxiliar de Maradona na Copa de 2010.
Sergio Batista, 48, mesma
idade de Mano Menezes, foi
técnico das seleções de base
da Argentina nos últimos três
anos. Ganhou a medalha de
ouro na Olimpíada de Pequim-2008 -na semifinal,
com Messi, eliminou o Brasil
de Dunga, com Ronaldinho.
Após a Copa do Mundo, dirigiu interinamente a Argentina em amistosos contra Irlanda, Espanha e Japão. Foi
efetivado há duas semanas,
sem nunca ter dirigido um
grande clube argentino.
"Ele se dá bem com todos
os jogadores, e isso é fundamental", disse Humberto
Grondona, diretor de seleções e filho do presidente da
AFA, Julio Grondona.
A declaração do cartola
provocou ainda mais críticas
contra Batista. Gustavo Alfaro, técnico do Arsenal, disse
que havia ao menos seis técnicos mais capazes do que
Batista para assumir a seleção -entre eles Marcelo Bielsa e Carlos Bianchi.
Nenhum deles foi procurado pela AFA, que sempre viu
Sergio Batista como o substituto natural de Maradona.
(MARTÍN FERNANDEZ)
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