São Paulo, quarta-feira, 17 de novembro de 2010

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Técnico pede chip para evitar erros

VÔLEI
Zé Roberto quer tecnologia na bola após falha contra a seleção


MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

A busca pelo uso de novas tecnologias para evitar erros de arbitragem não é apenas uma reivindicação do futebol. Ontem, o técnico José Roberto Guimarães também propôs a introdução de um chip na bola de vôlei.
A sugestão do treinador da seleção feminina foi dada dois dias após sua equipe ter sido vítima de falha do árbitro na derrota para a Rússia na final do Mundial do Japão.
O sul-coreano Kim Kun-tae inverteu marcação, afirmando que ataque de Sheilla havia ido para fora, enquanto os juízes de linha apontavam que bola havia caído dentro.
"Como o vôlei é um esporte que está evoluindo, acho que eles [dirigentes] precisam pensar em uma bola com chip ou em algo como no tênis", disse o treinador, referindo-se à tecnologia Hawk-Eye, usada no tênis para assinalar bolas dentro.
"Com o tênis, você não fica na mão do árbitro para saber se a bola foi dentro ou fora. Deveria ser o mesmo no vôlei e no futebol", afirmou ele.
"Dizem que futebol é legal por causa de polêmica. Eu acho que futebol é horrível por causa de polemica. É desastroso quando o cara faz um gol de mão e passa o gol de mão. Isso é terrível para o esporte", completou.
A empresa fornecedora de bolas da Superliga lançou no ano passado a bola com chip.
O sistema passou por testes no Paulista, mas ainda não tem condições de ser aplicado na Superliga.
A Folha apurou que os altos custos do sistema -cerca de R$ 2 milhões- e problemas de logística impedem a aplicação da bola "inteligente" em todas as quadras usadas na competição nacional.
"Estamos estudando a melhor forma para poder aplicar essa tecnologia no maior número de ginásios possíveis", disse Renato D'Ávila, superintendente técnico da CBV.
Segundo ele, ainda é necessário validar o sistema no Brasil para que a confederação brasileira sugira a introdução da nova tecnologia à federação internacional.
Além de ter sugerido chip na bola, Zé Roberto ainda espera que o árbitro sul-coreano não seja mais escalado para apitar jogos do Brasil.
O técnico levanta suspeitas de favorecimento a Kun- -tae, que sempre ganha o direito de trabalhar em decisões. O sul-coreano apitou também a final do Mundial de 2006 e a semifinal da Olimpíada de 2004. Nas duas ocasiões, o Brasil perdeu também para a Rússia.
"Ele deve ter alguma coisa com o [chefe de arbitragem, Gavriel] Kraus. O cara deve gostar dele e o escala para apitar", afirmou Zé Roberto.
O treinador ainda afirmou que dirigentes da federação internacional haviam lhe indicado durante o jogo que a bola do Brasil caíra dentro.
"Eu devia ter feito um barraco, ter pedido à mesa uma reconsulta, mas meu ângulo de visão era ruim."


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