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Fifa faz pente-fino em
agentes credenciados
RODRIGO BUENO
ENVIADO ESPECIAL A ROMA
Depois de tantos passaportes
falsos de jogadores e negociações
suspeitas de atletas, a Fifa decidiu
mudar o seu sistema de agenciamento de empresários.
A decisão foi tomada em meio
ao encontro da máxima entidade
do futebol em Roma, na Itália, no
último final de semana.
Agora, para um empresário ser
oficializado como ""Agente Fifa"
terá que passar por uma rigorosa
entrevista e providenciar uma
apólice de seguros. Antes, bastava
o depósito de uma garantia bancária de cerca de US$ 100 mil e a
apresentação de atestado de antecedentes criminais para ter a licença -entrevistas eram uma
opção das federações nacionais.
""É um regulamento totalmente
novo. Queremos que as federações nacionais tenham controle
agora sobre a atuação dos empresários", disse Michel Zen-Ruffinen, secretário-geral da Fifa.
Pelo regulamento da Fifa, só
seus agentes credenciados podem
fazer transações internacionais.
Vários empresários no Brasil
conseguiram virar Agentes Fifa
nos últimos anos -hoje, são 19
agentes credenciados no país.
Mesmo com o rótulo da entidade, alguns empresários, como o
uruguaio Juan Figer, estão sob
suspeita de produzirem passaportes falsos para atletas do país
que vão à Europa -Figer cuidou,
por exemplo, da transferência
frustrada de Edu, do Corinthians,
para o Arsenal, da Inglaterra.
""Tivemos que rever o credenciamento para os Agentes Fifa",
disse Zen-Ruffinen.
No Brasil, chegou a ser criada
uma associação com os Agentes
Fifa. O grupo reúne os empresários mais conhecidos do futebol
brasileiro. Mesmo esses agentes
de jogadores deverão passar agora por uma ""triagem" na entidade
presidida por Joseph Blatter.
A operação ""pente fino" da Fifa
nos agentes deverá começar efetivamente no ano que vem.
A tendência é que o número de
Agentes Fifa diminua -hoje são
mais de 600 em todo o mundo.
As Justiças de Inglaterra, Itália e
Portugal têm investigações adiantadas sobre os casos recentes de
falsificação de passaportes de jogadores não-comunitários, especialmente os sul-americanos.
Os empresários é que cuidariam
das falsificações, o que acaba beneficiando os atletas e os clubes
na Europa -os jogadores com alguma cidadania européia não
ocupam vaga de ""estrangeiro".
A Europa também passou a
questionar bastante nesta temporada os altos valores que estão
sendo pagos pelos atletas. O português Figo custou quase US$ 60
milhões ao Real Madrid e estabeleceu um novo recorde para o
mercado do futebol mundial.
Na Itália e na Espanha, os clubes
mais ricos já chegam a investir
mais de US$ 100 milhões em contratações de jogadores.
Até o Vaticano fez pronunciamento oficial contra os altos valores do mercado do futebol atual.
Na Itália, onde a cúpula da Fifa
esteve reunida na última semana,
suspeita-se que algumas transações de jogadores seriam, na verdade, lavagem de dinheiro.
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