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PAN-AMERICANO
Ferroviários alegam que área pertence à companhia de trens
Ameaçado, Rio-2007 inicia estádio
Marcia Foletto/"Agência O Globo'
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Cesar Maia, João Havelange e o presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman (à dir.), inauguram obra |
MICHEL ALECRIM
SÉRGIO RANGEL
DA SUCURSAL DO RIO
EDUARDO OHATA
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Apesar da cerimônia de lançamento ontem da pedra fundamental do Estádio Olímpico João
Havelange, que será usado no
Pan-2007, a Refer (fundo de pensão dos ferroviários do país e dos
metroviários do Rio) vai tentar
embargar a obra na Justiça.
O diretor-presidente da entidade, Jorge Moura, contesta o contrato de cessão da área firmado
entre governo do Estado, Flumitrens (empresa que administrava
os trens suburbanos do Rio) e Comitê Olímpico Brasileiro. A Prefeitura do Rio foi interveniente.
Segundo ele, o terreno de cerca
de 170 mil m2 é da Rede Ferroviária Federal, que deve R$ 510 milhões ao fundo de pensão.
Antes de entrar com a ação no
Tribunal de Justiça do Rio, nos
próximos dias, a Refer já enviou
uma denúncia ao Ministério Público Federal do Rio para tentar
anular a cessão gratuita do terreno ao COB por 25 anos.
"A Rede Ferroviária é uma empresa em fase de liquidação e temos que lutar pelos direitos de
nossos 40 mil integrantes. Não fomos consultados. O negócio não
pode ser feito assim. Temos direito a algum valor", disse Moura.
Segundo ele, a área está avaliada
em cerca de R$ 80 milhões e pertence à Rede Ferroviária Federal
desde 1957. Ela está registrada em
nome da empresa no 9º Ofício do
Registro Geral de Imóveis do Rio.
Desde então, a CBTU e a Flumitrens, empresas que operavam os
trens suburbanos do Rio, usaram
o terreno como ativo operacional.
O prefeito do Rio, Cesar Maia
(PFL), disse ontem que não existe
conflito na cessão do terreno ao
COB. Ele afirmou que o estádio
será construído graças "à engenharia política" montada para
viabilizar a liberação da área.
O Estádio Olímpico João Havelange será o principal parque esportivo construído para a disputa
do Pan-2007. O orçamento da
obra é de R$ 166 milhões.
O secretário-geral do Comitê
Organizador dos Jogos, Carlos
Roberto Osório, disse que as discussões sobre a cessão do terreno
estão sendo conduzidas pela prefeitura. Mas, segundo ele, nada
impede a obra. O dirigente alega
que o terreno reclamado pela Refer não faz parte do estádio.
O João Havelange terá capacidade para cerca de 40 mil torcedores e terá pista de atletismo. Ele
deve ficar pronto em 2005 e poderá ser administrado por um dos
clubes grandes do Rio de Janeiro
após o Pan-2007.
O secretário municipal de
Obras, Eider Dantas, disse que o
estádio seria cedido ao Flamengo.
O COB também quer construir
no terreno o Centro Olímpico de
Desenvolvimento de Talentos.
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