São Paulo, quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

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Até cerveja não é mais americana na NBA

Bebida chinesa é novo marco da invasão estrangeira na liga

PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A NBA sonha em conquistar o mundo, mas é o mundo que está tomando conta da liga americana de basquete.
Dono de time russo, uniformes feitos na Tailândia e, agora, até cerveja chinesa são ingredientes recentes da "invasão" estrangeira na NBA.
Movimento que causa incertezas, como no demorado processo da autorização da venda do New Jersey Nets para o russo Mikhail Prokhorov, candidato a ser o primeiro estrangeiro dono de uma franquia.
E que foi parar até no Senado. Isso depois que a europeia Adidas anunciou que vai transferir parte da produção das camisetas que os jogadores usam nas partidas de uma fábrica do Estado de Nova York, com tradição de décadas e que fez os uniformes do primeiro "Dream Team", para a Tailândia.
Decisão que causou a fúria do senador democrata Charles Schumer. "O basquete é um jogo americano", declarou o parlamentar, preocupado ainda com os cerca de cem trabalhadores que vão perder o emprego caso a Adidas não volte atrás.
Schumer começou uma campanha para a liga seguir usando um produto "100% América". Ele pressiona a direção da NBA, que tem um longo contrato com a Adidas, a interferir na decisão de transferir a produção para a Tailândia. Segundo a empresa, isso é necessário para deixar a confecção dos uniformes mais próxima de onde está a matéria-prima.
Em um dos raros ginásios com lotação esgotada em todos os jogos da temporada nestes tempos de crise, os fãs da NBA também não poderão mais saborear a cerveja local.
O Cleveland Cavaliers anunciou na semana passada que assinou um contrato de exclusividade com a Tsingtao, a maior cervejaria chinesa. Assim, só produtos da marca serão vendidos na Quicken Loans Arena, o ginásio do time, no qual cabem mais de 20 mil pessoas.
Não foi o único movimento dos chineses na direção do time do astro LeBron James, que nas últimas férias da NBA passou parte do tempo na China fazendo promoções das empresas que o patrocinam.
Por um valor estimado em US$ 70 milhões (aproximadamente R$ 122 milhões), um grupo de investidores chineses comprou 15% da franquia.
Nesta temporada, o Cleveland terá 34 de suas partidas transmitidas pela TV chinesa.
Dentro da quadra, a NBA já se internacionalizou há mais tempo. Segundo a liga americana, o campeonato 2009/2010 começou com 83 jogadores estrangeiros, ou cerca de 20% de todos os atletas da competição.
Dos 30 clubes da liga, 27 têm pelo menos um forasteiro. O recordista é o Milwaukee, com sete estrangeiros em seu elenco. São 36 países com pelo menos um atleta na NBA.


Com agências internacionais

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