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Brasil poupa equipes estrangeiras, mas ignora competições locais na hora de fazer seu calendário
Seleção bagunça ano dos clubes
PAULO COBOS
DA REPORTAGEM LOCAL
No novo calendário do futebol
brasileiro, a seleção nacional vai
proteger em 2003 os clubes estrangeiros e bagunçar a programação das equipes locais.
Todos os compromissos do time treinado agora por Carlos Alberto Parreira na temporada estão agendados para datas em que
o futebol de clubes na Europa vai
estar parado. Já as agremiações
brasileiras podem ficar desfalcadas até em momentos decisivos
de torneios internacionais.
Em competições oficiais, a seleção brasileira vem sendo dividida
nos últimos anos por atletas "estrangeiros" e jogadores que
atuam em clubes do país.
Assim, uma dezena de futebolistas estará servindo o time administrado pela CBF enquanto seus
clubes jogam torneios oficiais.
Isso acontecerá logo na estréia
da seleção na temporada, no próximo dia 12 de fevereiro, em amistoso contra a China na Ásia.
O confronto acontece numa data em que praticamente todos os
Estaduais têm rodadas marcadas.
A viagem da delegação está prevista para o dia 8. Assim, quem
pertencer a um clube que irá atuar
em 9 de fevereiro, um domingo,
também não poderá jogar.
Já os "estrangeiros" só irão para
a China após a rodada de final de
semana. No dia do confronto, não
haverá jogos de clubes na Europa.
O pior, no entanto, vai acontecer na Copa das Confederações,
na segunda quinzena de junho.
O certame, organizado pela Fifa
e que vai acontecer já no recesso
europeu, está agendado para a
mesma época que as finais da Libertadores. Assim, jogadores elogiados por Parreira, como os santistas Diego e Robinho e os corintianos Kléber e Gil, podem desfalcar suas equipes no momento
mais importante da temporada.
No segundo semestre também
devem acontecer problemas.
Com a necessidade de 46 datas
para a realização do Campeonato
Brasileiro de pontos corridos com
turno e returno, será muito difícil
a colocação de "janelas" na tabela
do Nacional para que a seleção
possa convocar todos os atletas
disponíveis para os jogos das eliminatórias sul-americanas.
"Bom senso"
O comando da seleção só pretende aliviar a situação dos clubes
brasileiros nos amistosos.
"Nesse primeiro jogo, contra a
China, vamos levar mais estrangeiros. Nos outros amistosos, iremos tentar convocar um jogador,
no máximo, de cada clube. Já
quando o jogo for oficial, como
nas eliminatórias, não vai ter jeito,
iremos convocar os melhores",
afirma Zagallo, o coordenador
técnico da seleção.
O principal auxiliar de Parreira
na nova comissão técnica da seleção não acha que o conflito de datas vá prejudicar o time nacional.
"Eu e o Parreira já tivemos experiências desse tipo. É só usar o
bom senso", afirma Zagallo.
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