São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2004

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AÇÃO

Passeando na Austrália

CARLOS SARLI
COLUNISTA DA FOLHA

A seleção brasileira feminina de basquete vai para Atenas, a masculina não. A seleção brasileira feminina de futebol vai para Atenas, a masculina não. De repente, a ginasta Daiane dos Santos se tornou uma de nossas maiores esperanças de medalha nos Jogos. Ultimamente, as mulheres têm sido o exemplo a seguir, quando não o desempenho a acompanhar, como acontece nas corridas de aventura.
Na abertura do Mundial de surfe, na Austrália, mais uma vez as mulheres superaram seus pares do dito sexo forte, o que traz de volta a questão: será o primeiro campeão mundial brasileiro de surfe profissional uma mulher?
Vice-campeã mundial em 2002, a catarinense Jacqueline Silva, 24, abre o ano de 2004 com uma incontestável vitória nas boas ondas da Gold Coast, e pela primeira vez na história um brasileiro lidera o ranking do WCT.
A campanha para o título do Roxy Pro evidencia que o Brasil está muito bem representado na elite mundial feminina. Na primeira fase, Jacque perdeu para Tita Tavares, a outra brasileira no Tour, que terminou num bom quinto lugar. Tita também foi a algoz de Jacque em 2002, vencendo-a por três vezes, o que talvez tenha inviabilizado o título da catarinense já naquele ano.
Apesar da rivalidade, as duas são amigas e têm potencial para obter o principal título do esporte. Tita, cearense de origem humilde, só não está melhor porque ficou um longo período sem patrocínio.
Patrocinadores e estrutura não têm faltado para a catarinense. Ela é um dos poucos atletas que competem no WCT com o privilégio de levar seu técnico às etapas. Bira Schauffert foi quem deu a primeira prancha a Jacque e a acompanha há 15 anos. O resultado do trabalho pode ser medido pela tranqüilidade com que Jacque enfrenta as adversárias.
Após a derrota na estréia para Tita, Jacque foi para a repescagem, passou e daí para a frente passeou. Na semifinal, contra a local Melaine Redman-Carr, somou 16,27, mais que o dobro dos pontos obtidos pelas outras três semifinalistas. Surfou quatro ondas, e seus dois descartes seriam suficientes para levá-la à final.
Na bateria decisiva, não deu chances para a havaiana Rochelle Ballard. Faturou US$ 10 mil, 1.200 pontos e vai liderar o ranking até o final de abril, quando, na etapa de Tavarua, nas Ilhas Fiji, poderá usar e abusar da sua manobra favorita, os tubos.
 
No masculino, nas mesmas ondas de Rainbow Bay, o destaque nacional foi para o cabo-friense Victor Ribas. Ele ficou em quinto lugar no Quiksilver Pro, ao lado de Kelly Slater, Mark Occhilupo e Jake Paterson. Para chegar lá, venceu entre outros o local favorito, Taj Burrow, e só perdeu nas quartas-de-final, por menos de meio ponto, para o americano Taylor Knox. Outros quatro brasileiros ficaram em nono, e o bicampeão mundial Andy Irons mostrou que está preparado para o tri, mas perdeu na final para Michael Lowe. A próxima etapa do Tour 2004 ainda será na Austrália, o Rip Curl, em Bells Beach.

Tow-in World Cup
Terminou o período de espera da Copa do Mundo de ondas gigantes. É o segundo ano que a prova não acontece. Acordo com patrocinador adiou o início da janela de espera, 15 de janeiro, cinco dias depois de um swell épico no Havaí.

Corrida de aventura
Amanhã, à meia-noite, será a largada da quarta edição do Raid Terra. Começando em Itirapina (SP), com equipes de quatro atletas e 250 km de extensão, a prova termina em Brotas (SP).

Surfe e siderurgia
No domingo, em Santos, funcionários da Cosipa definem os representantes da empresa na 57ª edição dos Jogos do Sesi, em abril.

E-mail sarli@trip.com.br


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