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FUTEBOL
Depois de levar ovos e tapas, time elimina Ferroviário na Copa do Brasil e assegura tempo para fazer reformulação
Corinthians se classifica e ganha fôlego
DA REPORTAGEM LOCAL
Um dia após serem atingidos
por ovos e tapas de torcedores no
aeroporto, os atletas do Corinthians levaram o clube às oitavas-de-final da Copa do Brasil.
Com a vitória por 2 a 0 sobre o
Ferroviário, ontem, em Fortaleza,
a equipe evitou a partida de volta,
que seria no Pacaembu.
O triunfo, obtido com gols de
Wilson e Jô, revelados no Parque
São Jorge, aliviou a crise no clube
e dará tempo para o time se reestruturar antes do Brasileiro.
A equipe só joga na próxima fase no dia 14 de abril, uma semana
antes do Nacional, contra o vencedor do confronto Rio Branco-AC x Fortaleza, que ontem empataram em 1 a 1 no jogo de ida.
Até lá, o técnico Oswaldo de Oliveira irá comandar uma reformulação na equipe com dispensas e à
espera de contratações.
A estratégia para reorganizar o
time, que só escapou do rebaixamento do Paulista graças à vitória
do São Paulo sobre o Juventus,
conta também com duas semanas
de treinos longe da capital.
A vitória de ontem foi a segunda
do Corinthians sob o comando de
Oliveira, que tem três derrotas.
A escalação do time mostrou
como o clube tem aproveitado
pouco os reforços trazidos pela
diretoria nesta temporada.
Dos 13 contratados enquanto
Juninho ainda era o treinador, só
Valdson, que virou titular após
Marquinhos se machucar, e Rincón começaram a partida. Fábio
Costa e Rodrigo não jogaram porque foram vetados pelos médicos.
Rafael Silva e Marcelo Ramos
também estão contundidos.
Os demais não são usados por
opção do treinador. Entre eles estão Julinho, Careca, Régis e Adrianinho. Todos devem fazer parte
da lista de dispensados.
Sem poder contar com Rodrigo,
Oliveira voltou a usar a formação
sem nenhum especialista na armação. Rincón atuou como meia,
acompanhado pelos volantes Fabrício, um dos atingidos por tapas
e ovos, e Fabinho. Na frente, jogaram os atacantes Bobô, Jô e Gil.
O uso desse sistema foi um dos
combustíveis para a fritura de Juninho. Mesmo assim, Oliveira,
seu substituto, usou essa formação já em sua segunda partida, a
derrota para a Ponte Preta.
Mais uma vez o Corinthians repetiu a principal falha apresentada nos outros jogos sem armador:
a dificuldade para criar jogadas.
A equipe apenas trocava passes,
enquanto o Ferroviário contra-atacava com perigo -com 20 minutos, já tinha acertado a trave.
Em campo os corintianos não
mostraram o ânimo que Oliveira
disse ter notado no vestiário, antes de a partida começar. O treinador havia dito que sua preocupação era motivar o time após a derrota para a Portuguesa Santista e
o protesto da Gaviões da Fiel.
Ele tentou melhorar o desempenho de seu ataque já na volta do
intervalo, com a entrada de Wilson no lugar de Bobô.
Antes de retornarem ao gramado, os corintianos ouviram instruções de Rincón, que reuniu os
companheiros no túnel que dá
acesso ao gramado do Castelão.
A equipe paulista criou mais jogadas, mas o time cearense foi
mais perigoso até os 17min, quando Wilson abriu o placar. O atacante recebeu a bola na direita do
ataque, se deslocou até o meio e
chutou de pé esquerdo para marcar seu segundo gol em 2004.
A jogada do gol que assegurou
os corintianos nas oitavas-de-final começou com Gil, um dos jogadores mais perseguidos pela
torcida no protesto em Cumbica.
O atacante se livrou da marcação e tocou para Jô, que chutou de
dentro da área e fez 2 a 0.
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