São Paulo, quinta-feira, 18 de março de 2004

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FUTEBOL

Depois de levar ovos e tapas, time elimina Ferroviário na Copa do Brasil e assegura tempo para fazer reformulação

Corinthians se classifica e ganha fôlego

DA REPORTAGEM LOCAL

Um dia após serem atingidos por ovos e tapas de torcedores no aeroporto, os atletas do Corinthians levaram o clube às oitavas-de-final da Copa do Brasil.
Com a vitória por 2 a 0 sobre o Ferroviário, ontem, em Fortaleza, a equipe evitou a partida de volta, que seria no Pacaembu.
O triunfo, obtido com gols de Wilson e Jô, revelados no Parque São Jorge, aliviou a crise no clube e dará tempo para o time se reestruturar antes do Brasileiro.
A equipe só joga na próxima fase no dia 14 de abril, uma semana antes do Nacional, contra o vencedor do confronto Rio Branco-AC x Fortaleza, que ontem empataram em 1 a 1 no jogo de ida.
Até lá, o técnico Oswaldo de Oliveira irá comandar uma reformulação na equipe com dispensas e à espera de contratações.
A estratégia para reorganizar o time, que só escapou do rebaixamento do Paulista graças à vitória do São Paulo sobre o Juventus, conta também com duas semanas de treinos longe da capital.
A vitória de ontem foi a segunda do Corinthians sob o comando de Oliveira, que tem três derrotas.
A escalação do time mostrou como o clube tem aproveitado pouco os reforços trazidos pela diretoria nesta temporada.
Dos 13 contratados enquanto Juninho ainda era o treinador, só Valdson, que virou titular após Marquinhos se machucar, e Rincón começaram a partida. Fábio Costa e Rodrigo não jogaram porque foram vetados pelos médicos. Rafael Silva e Marcelo Ramos também estão contundidos.
Os demais não são usados por opção do treinador. Entre eles estão Julinho, Careca, Régis e Adrianinho. Todos devem fazer parte da lista de dispensados.
Sem poder contar com Rodrigo, Oliveira voltou a usar a formação sem nenhum especialista na armação. Rincón atuou como meia, acompanhado pelos volantes Fabrício, um dos atingidos por tapas e ovos, e Fabinho. Na frente, jogaram os atacantes Bobô, Jô e Gil.
O uso desse sistema foi um dos combustíveis para a fritura de Juninho. Mesmo assim, Oliveira, seu substituto, usou essa formação já em sua segunda partida, a derrota para a Ponte Preta.
Mais uma vez o Corinthians repetiu a principal falha apresentada nos outros jogos sem armador: a dificuldade para criar jogadas.
A equipe apenas trocava passes, enquanto o Ferroviário contra-atacava com perigo -com 20 minutos, já tinha acertado a trave.
Em campo os corintianos não mostraram o ânimo que Oliveira disse ter notado no vestiário, antes de a partida começar. O treinador havia dito que sua preocupação era motivar o time após a derrota para a Portuguesa Santista e o protesto da Gaviões da Fiel.
Ele tentou melhorar o desempenho de seu ataque já na volta do intervalo, com a entrada de Wilson no lugar de Bobô.
Antes de retornarem ao gramado, os corintianos ouviram instruções de Rincón, que reuniu os companheiros no túnel que dá acesso ao gramado do Castelão.
A equipe paulista criou mais jogadas, mas o time cearense foi mais perigoso até os 17min, quando Wilson abriu o placar. O atacante recebeu a bola na direita do ataque, se deslocou até o meio e chutou de pé esquerdo para marcar seu segundo gol em 2004.
A jogada do gol que assegurou os corintianos nas oitavas-de-final começou com Gil, um dos jogadores mais perseguidos pela torcida no protesto em Cumbica.
O atacante se livrou da marcação e tocou para Jô, que chutou de dentro da área e fez 2 a 0.


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