São Paulo, quarta-feira, 18 de maio de 2011

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Volta de Venturini expõe escassez de levantadoras

VÔLEI
Aos 40, veterana diz sim a Bernardinho e fala em ajudar promessa


LUIZA SOUTO
DO RIO
MARIANA BASTOS
DE SÃO PAULO

Após ganhar a Superliga feminina com o Rio, Bernardinho perdeu a levantadora Dani Lins para o recém-criado Sesi. Tentou contratar Fabíola e chegou atrasado. A atleta da seleção já tinha fechado com o Osasco.
O técnico recorreu, então, ao exterior. Queria a italiana Eleonora Lo Bianco para ser a maestrina da equipe. Não conseguiu e, sem muitas opções, teve que pedir à sua mulher para voltar ao vôlei.
Quem conta essa história é Fernanda Venturini, 40, que, em 15 dias, passou da condição de aposentada a uma das principais atrações da próxima Superliga feminina.
"Depois de não conseguir a Lo Bianco, ele [Bernardinho] me perguntou: "Por que você não volta para disputar só essa temporada?'", conta a veterana, que retorna às quadras após quatro anos.
Nesse tempo em que Fernanda se dedicou a sua vida pessoal, o vôlei feminino brasileiro não conseguiu produzir uma levantadora à sua altura e à de Fofão, também aposentada da seleção.
Dani Lins e Fabíola, que ainda não tiveram atuações convincentes no time nacional, serão as levantadoras de dois grandes rivais do Rio na próxima Superliga: Sesi e Osasco, respectivamente.
A jovem Ana Tiemi, 23, que era uma das grandes promessas entre as levantadoras da nova geração quando Fernanda deixou as quadras, não vingou. Atualmente, a atleta, dispensada pelo Osasco, não tem novo clube.
Já outra veterana, Fofão, 41, que atua no Fenerbahce, da Turquia, tem sido assediada por equipes brasileiras.
"Levantadora não se forma em um campeonato. Tem que ter tempo para pegar experiência", diz Fernanda, que tem oito títulos na Superliga. "A Ana Tiemi, que poderia ter arrebentado, ficou três anos no banco. Não tem como crescer assim."
No Osasco, Ana quase sempre amargou a reserva de outra veterana da seleção, Carol Albuquerque.
Fernanda diz que um dos motivos que a levaram a aceitar o convite de seu marido, Bernardinho, foi o desafio de participar da formação da levantadora reserva do Rio.
"Ele me pediu para eu ajudar a Roberta a crescer e deixá-la pronta para assumir a equipe depois que eu sair", comenta. "Ela é uma grande promessa, é alta [1,85m]. O Brasil tem que investir em levantadoras com esse porte."
Em sua volta, Fernanda exalta também a oportunidade de atuar em um supertime, que conta também com as estrelas Sheilla, Mari, Natália e Fabi, todas da seleção.


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