|
Próximo Texto | Índice
TÊNIS
Combinação de resultados pode levar brasileiro ao topo do ranking mesmo se perder a final de Roland Garros
Kuerten está no páreo para ser o nº 1
MARCELO DAMATO
JOSÉ ALAN DIAS
da Reportagem Local
Gustavo Kuerten disputa no
Aberto da França o segundo título
do torneio (já venceu em 1997) e a
chance de se tornar o primeiro
brasileiro a liderar o ranking mundial de tênis.
Se vencer, Kuerten, 22, que ontem chegou ao oitavo lugar do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), dificilmente
ficará abaixo do quinto lugar -teria que receber poucos pontos de
bônus (leia texto abaixo).
Após a vitória no Torneio de Roma, no domingo (quando foi incorretamente anunciado pela ATP
como nono do mundo), é apontado como um dos principais favoritos em Paris.
Com os 770 pontos, mais bônus
do eventual título na França, Kuerten irá passar os espanhóis Carlos
Moyá e Alex Corretja e o inglês
Tim Henman. Moyá e Corretja,
campeão e vice do ano passado,
têm muitos pontos a defender.
Henman está 230 pontos à frente
de Kuerten, mas tem 71 a defender.
A competição começa na próxima segunda-feira e está programada para durar duas semanas. Kuerten, anunciou-se ontem, será o oitavo cabeça-de-chave.
Para ser o primeiro do ranking, o
brasileiro terá que contar com a
""sorte" de enfrentar adversários
difíceis em sua trajetória. Do ponto de vista dos bônus, seu melhor
caminho seria enfrentar três tenistas entre o 17º e 20º nas primeiras
rodadas, um ""top ten" nas oitavas-de-final e três tenistas entre os cinco melhores nas três partidas seguintes, incluindo necessariamente o russo Yevgeny Kafelnikov.
Se vencesse tudo, acumularia 496
pontos de bônus na competição,
que, somados aos 770 pelo título,
lhe renderiam 1.264. Como ele não
defende nada (perdeu os 21 que
acumulou no ano passado por ter
atingido o juiz com a raquete numa partida da competição de duplas), Kuerten, com sorte e competência, poderia chegar a 3.705.
Como é improvável que consiga
enfrentar rivais tão ""bonificados",
Kuerten terá que torcer por tropeços de quatro concorrentes: o russo Kafelnikov, o norte-americano
Pete Sampras (hoje segundo do
mundo), o australiano Patrick Rafter (terceiro) e o holandês Richard
Krajicek (quinto).
Kafelnikov, por três razões, é o
maior problema. Primeiro, é o
atual líder do ranking, com 3.371
pontos. Nesta semana, ele disputa
um torneio em Saint Poelten, na
Áustria, em que pode acumular
mais 240 pontos, incluindo bônus.
E, por fim, ele é o único desses
quatro tenistas que gosta de jogar
no saibro, o piso de Roland Garros.
Rafter e Krajicek são típicos jogadores de quadra rápida. O australiano surpreendeu até a si mesmo
ao chegar à final de Roma.
Krajicek nem surpresa foi -caiu
na primeira partida. Sampras é o
mais completo jogador da atualidade, mas tem no saibro seu ponto
fraco e ainda está à procura de sua
melhor forma, perdida com as semanas de descanso que ele tirou
no início do ano.
Próximo Texto: Praia vira "refúgio' Índice
|