São Paulo, Terça-feira, 18 de Maio de 1999
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TÊNIS
Combinação de resultados pode levar brasileiro ao topo do ranking mesmo se perder a final de Roland Garros
Kuerten está no páreo para ser o nº 1

MARCELO DAMATO
JOSÉ ALAN DIAS
da Reportagem Local

Gustavo Kuerten disputa no Aberto da França o segundo título do torneio (já venceu em 1997) e a chance de se tornar o primeiro brasileiro a liderar o ranking mundial de tênis.
Se vencer, Kuerten, 22, que ontem chegou ao oitavo lugar do ranking da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), dificilmente ficará abaixo do quinto lugar -teria que receber poucos pontos de bônus (leia texto abaixo).
Após a vitória no Torneio de Roma, no domingo (quando foi incorretamente anunciado pela ATP como nono do mundo), é apontado como um dos principais favoritos em Paris.
Com os 770 pontos, mais bônus do eventual título na França, Kuerten irá passar os espanhóis Carlos Moyá e Alex Corretja e o inglês Tim Henman. Moyá e Corretja, campeão e vice do ano passado, têm muitos pontos a defender. Henman está 230 pontos à frente de Kuerten, mas tem 71 a defender.
A competição começa na próxima segunda-feira e está programada para durar duas semanas. Kuerten, anunciou-se ontem, será o oitavo cabeça-de-chave.
Para ser o primeiro do ranking, o brasileiro terá que contar com a ""sorte" de enfrentar adversários difíceis em sua trajetória. Do ponto de vista dos bônus, seu melhor caminho seria enfrentar três tenistas entre o 17º e 20º nas primeiras rodadas, um ""top ten" nas oitavas-de-final e três tenistas entre os cinco melhores nas três partidas seguintes, incluindo necessariamente o russo Yevgeny Kafelnikov.
Se vencesse tudo, acumularia 496 pontos de bônus na competição, que, somados aos 770 pelo título, lhe renderiam 1.264. Como ele não defende nada (perdeu os 21 que acumulou no ano passado por ter atingido o juiz com a raquete numa partida da competição de duplas), Kuerten, com sorte e competência, poderia chegar a 3.705.
Como é improvável que consiga enfrentar rivais tão ""bonificados", Kuerten terá que torcer por tropeços de quatro concorrentes: o russo Kafelnikov, o norte-americano Pete Sampras (hoje segundo do mundo), o australiano Patrick Rafter (terceiro) e o holandês Richard Krajicek (quinto).
Kafelnikov, por três razões, é o maior problema. Primeiro, é o atual líder do ranking, com 3.371 pontos. Nesta semana, ele disputa um torneio em Saint Poelten, na Áustria, em que pode acumular mais 240 pontos, incluindo bônus.
E, por fim, ele é o único desses quatro tenistas que gosta de jogar no saibro, o piso de Roland Garros.
Rafter e Krajicek são típicos jogadores de quadra rápida. O australiano surpreendeu até a si mesmo ao chegar à final de Roma.
Krajicek nem surpresa foi -caiu na primeira partida. Sampras é o mais completo jogador da atualidade, mas tem no saibro seu ponto fraco e ainda está à procura de sua melhor forma, perdida com as semanas de descanso que ele tirou no início do ano.


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