São Paulo, quarta-feira, 18 de junho de 2008

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Anderson fala que difícil é passar fome na infância e que Argentina não assusta

DOS ENVIADOS A BELO HORIZONTE

Provavelmente o mais novo jogador da seleção em campo nesta noite, o volante Anderson gosta de dizer que não se impressiona no futebol. Com apenas 20 anos, o jogador do Manchester United garante que não teme o Mineirão lotado e tampouco a fama dos argentinos.
"Dificuldade sentia quando passava fome na minha infância. O resto não é problema. Claro que eu quero atuar neste jogo", afirmou o atleta gaúcho, que morava em Rubem Berta, um dos bairros mais violentos de Porto Alegre.
Até os 11 anos, o jogador viveu com a mãe em um apartamento em um conjunto habitacional inacabado no bairro. "Já passei por coisas bem mais complicadas", afirmou ele, ao ser questionado pela terceira vez sobre as dificuldades de enfrentar a seleção argentina.
Aos 16 anos, Anderson começou a carreira de forma inusitada no time profissional do Grêmio. O jogador desfilava pelo clube com dois celulares. Cuca, então técnico da equipe, foi brincar com o novato e recebeu uma resposta atravessada.
"Já tem dois celulares. Você deve jogar muito", comentou Cuca, que tentava, sem sucesso, tirar o clube gaúcho da zona da degola.
O volante não se intimidou e respondeu em seguida. "Eu jogo melhor do que estes que estão aqui", afirmou o jogador. A resposta seca e ousada surpreendeu o treinador gremista, que chamou o jogador para treinar com o elenco de profissionais.
De lá, ele saiu quase dois anos depois para jogar no Porto, após marcar o gol que devolveu o Grêmio à Séria A, a elite do futebol nacional. Em Portugal, o jovem Anderson ganhou um toque de sotaque lusitano.
"Falo tudo misturado. É porque vivi dois anos lá", justificou ele, que se transferiu para o Manchester United no ano passado.
O futebol habilidoso e as suas declarações diretas agradam ao técnico Dunga. "Ele tem personalidade e nasceu para jogar. Ele deixou a sua casa muito cedo. Gosto destes que sentem vontade quando olham uma bola e não se importam com o que vai acontecer", disse o técnico da seleção. (PC E SR)


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