São Paulo, sexta, 18 de julho de 1997.



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FUTEBOL
Depois de sucessivos fracassos, técnico da seleção na Copa de 90 tenta se redimir comandando o líder Paraná
Lazaroni planeja título com líbero fixo

FLÁVIO ARANTES
da Agência Folha, em Curitiba Lazaronês Ala Lateral
Lastro físico Capacidade atlética
Partícula Jogador de futebol
Evento Partida de futebol O técnico do Paraná Clube, Sebastião Lazaroni, não descarta escalar a função do líbero fixo na equipe durante o Brasileiro.
A posição foi de Dunga na seleção brasileira que disputou a Copa de 90, treinada por Lazaroni, e acabou sendo um dos pontos mais criticados do esquema tático do treinador.
Nela, o jogador fica atrás da linha de zaga e não vai ao ataque.
O Paraná é líder isolado do Brasileiro, com quatro vitórias em quatro jogos e 12 pontos somados. A última vitória foi sobre o Bragantino, por 4 a 0, anteontem.
Lazaroni, que voltou ao Brasil depois de uma temporada treinando o Fenerbache, da Turquia, aposta na experiência dos atletas da equipe, que tem média de idade de 29,5 anos. Segundo ele, em um "sprint" (expressão para o pique nas provas atléticas) no final da disputa leva o Paraná ao título.
Os números, agora, favorecem ao controvertido treinador. Enquanto a seleção sob seu comando fez 53 gols entre 1989 e 1990, uma média de 1,5 por partida, o time do Paraná Clube conquistou dez tentos em quatro -média de 2,5.
Por outro lado, o selecionado de Lazaroni sofreu 22 gols no mesmo período. Já o pentacampeão paranaense no Brasileiro-97 tem apenas um gol sofrido em quatro rodadas -média de 0,25.
Leia a seguir trechos da entrevista que o treinador concedeu à Agência
Folha.

Agência Folha - Qual a estratégia de jogo do Paraná?
Lazaroni -
A equipe tem uma capacidade boa de marcação, de desarme e tranquilidade para jogar futebol porque tem jogadores experientes. Estamos tentando valorizar isso em um sentido coletivo.
Agência Folha - O senhor já disse que o primeiro objetivo é garantir a permanência do Paraná no Brasileiro de 1998. Mas é lógico que, como treinador, pretende levar o clube ao título do campeonato. Qual vai ser a estratégia para chegar lá?
Lazaroni -
Produzir de forma a reunir o maior número de pontos para garantir a permanência na primeira divisão. Depois, ficar no grupo intermediário e tentar uma classificação, se o rendimento permitir, com um "sprint" final.
Agência Folha - O senhor foi o técnico da seleção brasileira na Copa de 90. O futebol evoluiu muito nos últimos sete anos?
Lazaroni -
A cada momento aumenta a velocidade do jogo e diminuem os espaços. Por isso é importante você ter a qualidade técnica apurada para desenvolver o mais rápido possível qualquer ação.
Agência Folha - O futebol brasileiro tem hoje uma safra de talentos muito grande. Escalar uma seleção brasileira hoje é mais fácil do que foi em 1990?
Lazaroni -
Em 1990, nós tínhamos jogadores de defesa de altíssima qualidade. Hoje, a seleção tem uma dificuldade ali. Nós não tínhamos em 90, na Copa da Itália, jogadores de meio-campo com capacidade ofensiva, de criação, de finalização. Já atacantes eu vejo no mesmo nível.
Agência Folha - O senhor foi muito criticado à época por ter instituído Dunga na função do líbero.
Lazaroni -
Foi apenas a efetivação do homem da sobra. Eu designei um e por sua vez não é só isso.
É aquele homem que trabalha pelas laterais do campo não partindo da posição do lateral, mas sim já quase do homem do meio-campo.
Já vi várias equipes atuando assim em determinados momentos com bons rendimentos. Isso depende da qualidade e da característica dos jogadores.
Agência Folha - O Paraná vai jogar com líbero?
Lazaroni -
Nós temos o homem da sobra. Não definimos um. Com o próprio Minelli (Rubens Minelli, ex-técnico do Paraná), já tivemos momento de ter o líbero fixo. Pode haver também comigo.
Agência Folha - Quem são os candidatos a líbero do Paraná?
Lazaroni -
Edinho Baiano, Lamonica e Ageu.



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