|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FUTEBOL
Depois de sucessivos fracassos, técnico da seleção na Copa de 90 tenta se redimir comandando o líder Paraná
Lazaroni planeja título com líbero fixo
FLÁVIO ARANTES
da Agência Folha, em Curitiba
Lazaronês
Ala
Lateral
Lastro físico
Capacidade
atlética
Partícula
Jogador de
futebol
Evento
Partida de
futebol
O técnico do
Paraná Clube,
Sebastião Lazaroni, não descarta escalar a função do líbero fixo
na equipe durante o Brasileiro.
A posição foi
de Dunga na seleção brasileira
que disputou a
Copa de 90, treinada por Lazaroni, e acabou sendo
um dos pontos mais criticados do
esquema tático do treinador.
Nela, o jogador fica atrás da linha
de zaga e não vai ao ataque.
O Paraná é líder isolado do Brasileiro, com quatro vitórias em quatro jogos e 12 pontos somados. A
última vitória foi sobre o Bragantino, por 4 a 0, anteontem.
Lazaroni, que voltou ao Brasil
depois de uma temporada treinando o Fenerbache, da Turquia,
aposta na experiência dos atletas
da equipe, que tem média de idade
de 29,5 anos. Segundo ele, em um
"sprint" (expressão para o pique
nas provas atléticas) no final da
disputa leva o Paraná ao título.
Os números, agora, favorecem
ao controvertido treinador. Enquanto a seleção sob seu comando
fez 53 gols entre 1989 e 1990, uma
média de 1,5 por partida, o time do
Paraná Clube conquistou dez tentos em quatro -média de 2,5.
Por outro lado, o selecionado de
Lazaroni sofreu 22 gols no mesmo
período. Já o pentacampeão paranaense no Brasileiro-97 tem apenas um gol sofrido em quatro rodadas -média de 0,25.
Leia a seguir trechos da entrevista que o treinador concedeu à
Agência Folha.
Agência Folha - Qual a estratégia
de jogo do Paraná?
Lazaroni - A equipe tem uma
capacidade boa de marcação, de
desarme e tranquilidade para jogar
futebol porque tem jogadores experientes. Estamos tentando valorizar isso em um sentido coletivo.
Agência Folha - O senhor já disse
que o primeiro objetivo é garantir
a permanência do Paraná no Brasileiro de 1998. Mas é lógico que, como treinador, pretende levar o clube ao título do campeonato. Qual
vai ser a estratégia para chegar lá?
Lazaroni - Produzir de forma a
reunir o maior número de pontos
para garantir a permanência na
primeira divisão. Depois, ficar no
grupo intermediário e tentar uma
classificação, se o rendimento permitir, com um "sprint" final.
Agência Folha - O senhor foi o
técnico da seleção brasileira na Copa de 90. O futebol evoluiu muito
nos últimos sete anos?
Lazaroni - A cada momento aumenta a velocidade do jogo e diminuem os espaços. Por isso é importante você ter a qualidade técnica
apurada para desenvolver o mais
rápido possível qualquer ação.
Agência Folha - O futebol brasileiro tem hoje uma safra de talentos muito grande. Escalar uma seleção brasileira hoje é mais fácil do
que foi em 1990?
Lazaroni - Em 1990, nós tínhamos jogadores de defesa de altíssima qualidade. Hoje, a seleção tem
uma dificuldade ali. Nós não tínhamos em 90, na Copa da Itália,
jogadores de meio-campo com capacidade ofensiva, de criação, de
finalização. Já atacantes eu vejo no
mesmo nível.
Agência Folha - O senhor foi muito criticado à época por ter instituído Dunga na função do líbero.
Lazaroni - Foi apenas a efetivação do homem da sobra. Eu designei um e por sua vez não é só isso.
É aquele homem que trabalha
pelas laterais do campo não partindo da posição do lateral, mas
sim já quase do homem do
meio-campo.
Já vi várias equipes atuando assim em determinados momentos
com bons rendimentos. Isso depende da qualidade e da característica dos jogadores.
Agência Folha - O Paraná vai jogar com líbero?
Lazaroni - Nós temos o homem
da sobra. Não definimos um. Com
o próprio Minelli (Rubens Minelli,
ex-técnico do Paraná), já tivemos
momento de ter o líbero fixo. Pode
haver também comigo.
Agência Folha - Quem são os
candidatos a líbero do Paraná?
Lazaroni - Edinho Baiano, Lamonica e Ageu.
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|