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TÊNIS
É a experiência
RÉGIS ANDAKU
COLUNISTA DA FOLHA
O título de Goran Ivanisevic, a boa fase de Andre
Agassi, um ou outro exemplo de
boa forma física e mental já quase
aos 30 anos fizeram crescer nesta
temporada o cacife dos tenistas
chamados "veteranos".
Há 12 meses, por exemplo, falava-se muito em Gustavo Kuerten,
em Magnus Norman, em Marat
Safin, expoentes da nova geração,
aqueles que a própria ATP vendia
como suas maiores estrelas.
Hoje, procura-se entender como
estrelas outrora chamadas decadentes brilham, mostram um jogo
fantástico e deixam no chão, literalmente, jovens revelações.
Mesmo sendo Gustavo Kuerten
o brasileiro que mais acumula experiências de finais de torneios e
jogos decisivos, fui atrás de Fernando Meligeni, tenista que, apesar de ostentar menos títulos,
mostra uma maturidade acima
de qualquer suspeita, uma lista
de jogos também históricos e uma
inteligência capaz de explicar fora de quadra o que significa essa
tal "experiência" dentro dela.
De acordo com Fininho, o "experiente" já acumula na carreira
diferentes situações durante a disputa de um jogo.
"Tudo o que é a primeira vez requer mais esforço", conta Meligeni, na teoria.
Na prática, revela Fininho, o
"experiente" tem um arsenal
maior de "manhas".
"Saber usar o intervalo entre os
pontos é uma coisa que com o
tempo se aprende a usar. Uma
olhada na cara do adversário na
hora certa mostra que você está
lá", exemplifica.
Atualmente já quase totalmente satisfeito com o que fez (para
citar alguns de seus momentos
memoráveis dentro de quadra,
contra Andre Agassi, em Roland
Garros-2001, Patrick Rafter e Alex
Corretja, ambos em Roland Garros-1999, Thomas Muster, em Roland Garros-1998 e Mats Wilander, em Pinehurst-1996), Meligeni
admite que jogar contra outro tenista veterano, assim por dizer, é
mais divertido. "São jogos contra
tenistas de alto calibre."
Em suas andanças pelo mundo,
o que Meligeni mais repara nos
novatos é a fraqueza no lado
mental. Vê o jovem tenista nervoso, não acreditando em seu potencial. Fora das quadras, vê também muita gente não entender
que o esporte tem seu tempo e que
não se pode desperdiçá-lo.
A sorte de todo novato, talentoso ou não, tenista ou não, é que
amanhã ele será mais experiente
do que hoje.
Uma série de torneios pelo país
tem, além da experiência, distribuído preciosos pontos aos jovens
tenistas brasileiros.
Eventos em Curitiba, em Campos do Jordão, em Campinas, desinteressantes para alguns leitores
acostumados a Andre Agassi, Pete Sampras, Gustavo Kuerten e
outras estrelas consagradas, jogaram para cima muita gente boa.
Alexandre Simoni, entre os cem
primeiros no ranking, conseguiu
vaga direta em dois ATP Tours
(apesar de já ter sido eliminado
do primeiro na estréia).
Flávio Saretta, aos poucos,
avança: já é o 158º.
Ricardo Mello e Daniel Melo
batem perto do número 200.
Julio Silva sobe para o grupo
dos 300, Marcos Daniel fica perto
também dos 300, e Thiago Alves
beira os 400.
Que dessa turma de jovens tenhamos alguns tão experientes e
vividos como Meligeni.
Eu ainda acredito.
Experiência
Steffi Graf e Andre Agassi anunciaram que esperam um bebê para
dezembro. Poucos conhecem o carinho de Agassi com crianças.
Ergueu, à medida que ganhava dinheiro, uma fundação em Las
Vegas, sua cidade natal, para ajudá-las. Em setembro, reúne amigos como Elton John e outros famosos para um show beneficente.
Inexperiência
Marcelo Ríos já é pai. Quem via o casamento com Giuliana como
uma chacoalhada na carreira decadente, levou um banho de água
fria. Afinal, não faz nem sete meses que ele casou. Ríos, o temperamental, não casou porque entraria na linha. Casou porque saiu.
Programe-se
Esta semana, rola um bom torneio, feminino, challenger, em Campos do Jordão. Semana que vem, é masculino, também challenger,
também no Campos do Jordão Tênis Clube, também gratuito.
E-mail reandaku@uol.com.br
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