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Rogério acha desculpa para ficar
EDUARDO ARRUDA
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Sem proposta para sair do São
Paulo, Rogério atrapalhou-se ao
anunciar sua intenção de continuar no clube do Morumbi.
Na entrevista que deu ontem
para anunciar seu futuro, o goleiro não conseguiu provar que o
Arsenal lhe fez uma proposta em
abril, como havia alardeado para
tentar obter aumento de salário, e
disse que ficaria no São Paulo apenas pelo carinho da torcida.
"Sou são-paulino e quero cumprir meu contrato até o fim
[2004]. Devo tudo a esse clube."
Apesar das juras de amor, Rogério continua irritado com o presidente Paulo Amaral e o diretor José Dias, que o criticaram publicamente, e exigiu uma retratação
dos dois. Amaral, no entanto, não
irá se retratar. Para o dirigente, o
atleta, além de ter usado uma proposta inexistente para pedir aumento, está tentando jogar a torcida contra a diretoria.
O presidente chegou a mostrar
um fax em que o Arsenal nega o
interesse por Rogério. Ele acha
também que o jogador chegou a
simular uma contusão para tentar
ficar fora de um jogo pela Copa do
Brasil, o que deixou o goleiro ainda mais irado.
Sem a retratação, o atleta estuda
processar Amaral. "Ela terá que
vir de uma maneira sensata, de
uma forma espontânea. Caso não
venha assim, virá judicialmente",
disse a advogada Gislaine Nunes,
acrescentando ""ser muito cômodo o Arsenal dizer agora que não
tem interesse por ele".
A suposta oferta do clube inglês
desencadeou a crise entre o atleta
e a diretoria são-paulina. Para
prosseguir no Morumbi, ele teria
recebido da direção a promessa
de um aumento, o que acabou
não acontecendo.
Em seguida, a diretoria passou a
dizer que a proposta do Arsenal
nunca existiu e que não haveria
razão para alterar o salário do goleiro -R$ 130 mil mensais.
"Eu jamais pedi aumento, e o
meu relacionamento com a diretoria é profissional", afirmou o
atleta, embora acrescentando que
não pretende mais ""ter contato
com estas pessoas".
Segundo Rogério, o conselheiro
Pérsio Rainho, que não aparecia
em sua primeira versão, foi quem
o procurou para falar do interesse
do Arsenal. Rainho, atualmente
na oposição, confirma, mas apenas até aí. Diz, ao contrário do que
sustenta a defesa do goleiro, que
nunca viu a suposta proposta dos
ingleses, até porque ela não teria
passado de uma sondagem.
"Um amigo meu [Silvio Cassiano] foi quem me procurou em
nome do Arion Oliveira Júnior
[intermediário na negociação].
Um empresário argentino que
mora na Alemanha queria ver se o
Rogério teria interesse de defender o Arsenal. Ele aceitou negociar e foi feita uma reunião em
abril, mas eu nem participei do
encontro", disse Rainho.
Da reunião, teria sido feita uma
sondagem a Rogério, nada mais
do que isso. "Foi uma conversa
informal", disse Oliveira Júnior.
"Pelo que sei, não foi nada oficial", completou Rainho.
Apesar das declarações dos intermediários, o goleiro continuou
dizendo que ""foi passada uma
proposta, sim". Mas ele não chegou a mostrá-la, tampouco sua
advogada, Gislaine Nunes.
"Quem tem de mostrar é ele [Pérsio Rainho]", disse Gislaine.
A confusão não pára por aí. Outro ponto de divergência é em relação ao valor que teria de ser pago pela rescisão contratual.
Enquanto Gislaine Nunes calcula em R$ 1,48 milhão a multa rescisória, o clube diz que este valor é
quase dez vezes maior do que o
divulgado pela advogada.
Colaborou Rodrigo Bueno,
da Reportagem Local
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