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FUTEBOL
Equipe busca prêmio de US$ 4,5 mi dado ao campeão da Libertadores
Por dólares, São Caetano
quer superar sua síndrome
EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o São Caetano, superar a
síndrome de vice que o persegue
há dois anos tem hoje um preço, e
bem alto: US$ 4,5 milhões.
Esse é o prêmio dado ao campeão da Taça Libertadores da
América, já incluindo a cota (US$
1 milhão) pela atuação na decisão
do Mundial interclubes, em Yokohama, no Japão, em 3 de dezembro, contra o Real Madrid.
Já o vice-campeão da Taça Libertadores-2002 receberá pouco
mais de US$ 500 mil pelo feito.
De olho no dinheiro, que até virou motivo de divergências entre
o treinador Jair Picerni e a diretoria do clube, o presidente da equipe paulista, Nairo Ferreira de Souza, se apressou em dizer após a
partida contra o América -que
garantiu ao time a vaga na decisão
do interclubes- que, desta vez, o
título tem de ser conquistado.
"Chegou a hora de ganharmos.
Não dá para sermos vice outra
vez", afirmou o dirigente, que, antes do jogo contra os mexicanos,
exigiu que Picerni colocasse o time titular em campo, contra o
Flamengo, em Fortaleza (CE), pela Copa dos Campeões, por causa
da cota de R$ 200 mil paga às
equipes classificadas para as
quartas-de-final do torneio.
A imposição da diretoria irritou
o treinador, que preferia ter ficado em São Caetano do Sul preparando seus comandados para o
confronto com o América.
Quando diz que "o time não pode mais ser vice", Nairo se refere
aos dois vice-campeonatos conquistados por sua equipe nas duas
últimas edições do Nacional.
Mesmo sendo a maior sensação
do futebol brasileiro nos últimos
anos, a equipe dirigida por Jair Picerni ainda não conseguiu um título de expressão no país.
Em 2000, pela Copa João Havelange, competição que substituiu
o Brasileiro, o São Caetano foi batido pelo Vasco em uma final tumultuada. No ano passado, diante do Atlético-PR, a equipe do
ABC caiu novamente, desta vez
em seus próprios domínios.
Embora não tenha conseguido
títulos na elite do futebol nacional, o time do São Caetano teve
ascensão meteórica desde 1998.
Naquele ano, a equipe do ABC
venceu o Campeonato Paulista da
Série A-3 e ainda foi vice-campeã
da Série C do Brasileiro.
O próprio Jair Picerni, que após
os dois vice-campeonatos no Nacional foi ironicamente chamado
de "Vicerni", tem falado que
"chegou a hora do São Caetano".
"Estamos bem emocionalmente. Acho que chegou a nossa vez
de conquistar um título."
O segredo desse São Caetano
pode ser o pagamento em dia dos
salários, afinal, o clube é um exceção entre os clubes brasileiros.
Enquanto grandes times, como
Santos e Vasco, têm ficado meses
em débito com seus funcionários,
a equipe do ABC paulista está em
dia com os jogadores.
Com as contas em dia, o faturamento anual do São Caetano tem
crescido. Em 2000, superou os R$
5 milhões. No ano passado, bateu
nos R$ 15 milhões.
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