São Paulo, quinta-feira, 18 de julho de 2002

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FUTEBOL

Equipe busca prêmio de US$ 4,5 mi dado ao campeão da Libertadores

Por dólares, São Caetano quer superar sua síndrome

EDUARDO ARRUDA
RODRIGO BERTOLOTTO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para o São Caetano, superar a síndrome de vice que o persegue há dois anos tem hoje um preço, e bem alto: US$ 4,5 milhões.
Esse é o prêmio dado ao campeão da Taça Libertadores da América, já incluindo a cota (US$ 1 milhão) pela atuação na decisão do Mundial interclubes, em Yokohama, no Japão, em 3 de dezembro, contra o Real Madrid.
Já o vice-campeão da Taça Libertadores-2002 receberá pouco mais de US$ 500 mil pelo feito.
De olho no dinheiro, que até virou motivo de divergências entre o treinador Jair Picerni e a diretoria do clube, o presidente da equipe paulista, Nairo Ferreira de Souza, se apressou em dizer após a partida contra o América -que garantiu ao time a vaga na decisão do interclubes- que, desta vez, o título tem de ser conquistado.
"Chegou a hora de ganharmos. Não dá para sermos vice outra vez", afirmou o dirigente, que, antes do jogo contra os mexicanos, exigiu que Picerni colocasse o time titular em campo, contra o Flamengo, em Fortaleza (CE), pela Copa dos Campeões, por causa da cota de R$ 200 mil paga às equipes classificadas para as quartas-de-final do torneio.
A imposição da diretoria irritou o treinador, que preferia ter ficado em São Caetano do Sul preparando seus comandados para o confronto com o América.
Quando diz que "o time não pode mais ser vice", Nairo se refere aos dois vice-campeonatos conquistados por sua equipe nas duas últimas edições do Nacional.
Mesmo sendo a maior sensação do futebol brasileiro nos últimos anos, a equipe dirigida por Jair Picerni ainda não conseguiu um título de expressão no país.
Em 2000, pela Copa João Havelange, competição que substituiu o Brasileiro, o São Caetano foi batido pelo Vasco em uma final tumultuada. No ano passado, diante do Atlético-PR, a equipe do ABC caiu novamente, desta vez em seus próprios domínios.
Embora não tenha conseguido títulos na elite do futebol nacional, o time do São Caetano teve ascensão meteórica desde 1998.
Naquele ano, a equipe do ABC venceu o Campeonato Paulista da Série A-3 e ainda foi vice-campeã da Série C do Brasileiro.
O próprio Jair Picerni, que após os dois vice-campeonatos no Nacional foi ironicamente chamado de "Vicerni", tem falado que "chegou a hora do São Caetano".
"Estamos bem emocionalmente. Acho que chegou a nossa vez de conquistar um título."
O segredo desse São Caetano pode ser o pagamento em dia dos salários, afinal, o clube é um exceção entre os clubes brasileiros. Enquanto grandes times, como Santos e Vasco, têm ficado meses em débito com seus funcionários, a equipe do ABC paulista está em dia com os jogadores.
Com as contas em dia, o faturamento anual do São Caetano tem crescido. Em 2000, superou os R$ 5 milhões. No ano passado, bateu nos R$ 15 milhões.



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