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São Paulo, segunda-feira, 18 de agosto de 2003

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Recorde de medalhas abre corrida por verba pública para Olimpíada-04 e Pan-07

Hora de trocar ouro por dinheiro

EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTO DOMINGO

A 14ª edição do Pan-Americano, maior competição das Américas, acabou ontem na República Dominicana com um saldo altamente positivo para o Brasil, que abrigará o evento, no Rio, em 2007.
A meta traçada pelo Comitê Olímpico Brasileiro foi cumprida: superar as medalhas obtidas em Winnipeg-99 e manter a quarta colocação, atrás apenas das potências EUA, Cuba e Canadá.
Com 28 ouros (três a mais que em 1999) e 123 medalhas no total (22 a mais que em Winnipeg), o Brasil por pouco não superou os canadenses (29 topos de pódio).
A disputa perdurou até o último dia, no qual o Brasil teve no ciclismo a chance de sair vitorioso e empatar com o Canadá em ouros.
Não deu, contudo, e mesmo se o país ganhar o ouro do 4 x 100 m do atletismo, que os EUA podem perder por doping, não passará o Canadá, que tem mais pratas.
""O objetivo foi obtido. Ótimo", resumiu Carlos Arthur Nuzman, presidente do COB, que, para um melhor desempenho no futuro, julga ser preciso que o governo federal viabilize uma forma de injetar mais dinheiro no esporte.
O Pan deixou outras marcas para o Brasil: em 30 das 37 modalidades em que competiu, o país foi ao pódio -em Winnipeg, 25 esportes medalharam. Alguns conquistaram o ouro pela primeira vez, casos da canoagem e da patinação artística. Nos saltos ornamentais, o degrau mais alto não veio, mas pódios inéditos, sim.
O Pan também destacou vários atletas, como Hudson de Souza, 26, único a ganhar dois ouros em provas individuais (nos 1.500 m e 5.000 m do atletismo), e Gustavo Borges, 30. Com quatro pódios (um ouro), o nadador encerrou sua participação em Pans com 19 medalhas e segue como o brasileiro mais vencedor no evento.
Cumprida a meta do COB para os Jogos de Santo Domingo, a disputa agora será nos bastidores.
Tendo como ponto de partida o desempenho das modalidades no Pan, o comitê irá alterar a porcentagem da verba da Lei Piva que cabe a cada confederação esportiva.
""Vamos ver as perspectivas para Atenas e analisar o que cada confederação fez com os recursos já recebidos para definir a nova divisão do bolo", disse Nuzman.
A porcentagem para cada confederação olímpica varia de 0,5% a 4%. As que mais recebem são as de atletismo, basquete, desportos aquáticos, vela e vôlei: ganharão R$ 1,4 milhão neste ano.
Ao analisar o desempenho no Pan, Nuzman elogiou ginástica, canoagem, desportos aquáticos e handebol. Criticou vôlei e boxe.
Em setembro, a entidade divulgará a nova divisão do dinheiro da Lei Piva -2% dos recursos das loterias que vão para os esportes olímpicos e paraolímpicos, R$ 43 milhões em 2002. ""Vamos analisar com calma e definir o melhor para o Brasil porque, para nós, a Olimpíada já começou", disse Marcus Vinícius Freire, do COB.



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