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Recorde de medalhas abre corrida por verba pública para Olimpíada-04 e Pan-07
Hora de trocar ouro por dinheiro
EDUARDO OHATA
GUILHERME ROSEGUINI
JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
ENVIADOS ESPECIAIS A SANTO DOMINGO
A 14ª edição do Pan-Americano,
maior competição das Américas,
acabou ontem na República Dominicana com um saldo altamente positivo para o Brasil, que abrigará o evento, no Rio, em 2007.
A meta traçada pelo Comitê
Olímpico Brasileiro foi cumprida:
superar as medalhas obtidas em
Winnipeg-99 e manter a quarta
colocação, atrás apenas das potências EUA, Cuba e Canadá.
Com 28 ouros (três a mais que
em 1999) e 123 medalhas no total
(22 a mais que em Winnipeg), o
Brasil por pouco não superou os
canadenses (29 topos de pódio).
A disputa perdurou até o último
dia, no qual o Brasil teve no ciclismo a chance de sair vitorioso e
empatar com o Canadá em ouros.
Não deu, contudo, e mesmo se o
país ganhar o ouro do 4 x 100 m
do atletismo, que os EUA podem
perder por doping, não passará o
Canadá, que tem mais pratas.
""O objetivo foi obtido. Ótimo",
resumiu Carlos Arthur Nuzman,
presidente do COB, que, para um
melhor desempenho no futuro,
julga ser preciso que o governo federal viabilize uma forma de injetar mais dinheiro no esporte.
O Pan deixou outras marcas para o Brasil: em 30 das 37 modalidades em que competiu, o país foi
ao pódio -em Winnipeg, 25 esportes medalharam. Alguns conquistaram o ouro pela primeira
vez, casos da canoagem e da patinação artística. Nos saltos ornamentais, o degrau mais alto não
veio, mas pódios inéditos, sim.
O Pan também destacou vários
atletas, como Hudson de Souza,
26, único a ganhar dois ouros em
provas individuais (nos 1.500 m e
5.000 m do atletismo), e Gustavo
Borges, 30. Com quatro pódios
(um ouro), o nadador encerrou
sua participação em Pans com 19
medalhas e segue como o brasileiro mais vencedor no evento.
Cumprida a meta do COB para
os Jogos de Santo Domingo, a disputa agora será nos bastidores.
Tendo como ponto de partida o
desempenho das modalidades no
Pan, o comitê irá alterar a porcentagem da verba da Lei Piva que cabe a cada confederação esportiva.
""Vamos ver as perspectivas para Atenas e analisar o que cada
confederação fez com os recursos
já recebidos para definir a nova
divisão do bolo", disse Nuzman.
A porcentagem para cada confederação olímpica varia de 0,5%
a 4%. As que mais recebem são as
de atletismo, basquete, desportos
aquáticos, vela e vôlei: ganharão
R$ 1,4 milhão neste ano.
Ao analisar o desempenho no
Pan, Nuzman elogiou ginástica,
canoagem, desportos aquáticos e
handebol. Criticou vôlei e boxe.
Em setembro, a entidade divulgará a nova divisão do dinheiro da
Lei Piva -2% dos recursos das
loterias que vão para os esportes
olímpicos e paraolímpicos, R$ 43
milhões em 2002. ""Vamos analisar com calma e definir o melhor
para o Brasil porque, para nós, a
Olimpíada já começou", disse
Marcus Vinícius Freire, do COB.
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